SÃO PAULO, 21 FEV (ANSA) – O senhor é a favor da imposição de um limite de geração à concessão de cidadania jus sanguinis, como propôs um senador italiano no fim do ano passado? Eu acho que nós temos um direito constitucional, e a Constituição italiana não está em discussão. E se a gente quiser mexer com a Constituição italiana, eu proponho que se realize uma assembleia constituinte, e ela rediscuta aquilo que está na Constituição. O direito à transmissão da cidadania está garantido constitucionalmente, e eu não acredito que seja discutível. Sou contra qualquer tipo de limitação, de subtração dos direitos conquistados há tanto tempo.   

Um dos projetos que ficaram pendentes na última legislatura italiana foi o do jus soli. Se eleito, o senhor defenderá a aprovação dessa lei? Apoio, voto, e acho que o jus soli é uma demonstração de maturidade política e humanitária da Itália.   

Nos últimos anos, a Itália foi destino de um dos maiores deslocamentos em massa desde a Segunda Guerra Mundial. Qual, na visão do senhor, deve ser a postura do governo para lidar com a crise migratória e de refugiados no Mediterrâneo? A primeira coisa é sensibilizar o conjunto de governos da Europa de que esse não é um problema isolado da Itália. É um problema que inclusive pode garantir uma certa estabilidade ou instabilidade da própria Europa. Eu acho que legalizar, promover, ajudar essa massa que hoje tem origem em diversos países e por diversos motivos e que vem à Europa em busca de uma nova esperança, esse percurso a Itália já fez no passado. A Itália teve o mesmo problema e ela foi recebida em qualquer lugar que ela foi no mundo. Eu acho que é hora de a Itália dar um exemplo para o mundo e fazer a mesma coisa para os povos que ali chegam.   

Quem é o candidato ou candidata do senhor a primeiro-ministro nas eleições de março? Eu gostaria de ver um jovem agressivo, que tem propostas, é ousado para propor mudanças e só tem um nome: é o Matteo Renzi.   

(ANSA)