A duas semanas para o primeiro turno das eleições municipais, pesquisas de intenção de voto em oito das 26 capitais do país mostram cenários de empate técnico entre os candidatos que brigam por uma ou ambas as vagas no segundo turno.

O levantamento do site IstoÉ não contemplou as cidades em que os institutos projetam vitórias em primeiro turno.

Disputas acirradas

Aracaju

Com 36% das intenções de voto, Emília Corrêa (PL) liderou com vantagem a pesquisa Quaest divulgada em 16 de setembro.

Mas Yandra (União Brasil) e Luiz Roberto (PDT), candidato à sucessão de Edvaldo Nogueira (PDT), que completa seu segundo mandato à frente da capital sergipana, empataram tecnicamente: 18% a 13%, respectivamente. A margem de erro do levantamento foi de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Belo Horizonte

Embora tenha oscilado negativamente em relação a simulações anteriores, Mauro Tramonte (Republicanos) seguiu à frente na pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, 19, com 28%.

Numa disputa projetada pela segunda vaga, o prefeito Fuad Noman (PSD) se recuperou e chegou aos 18%, em empate numérico com o bolsonarista Bruno Engler (PL).

Cuiabá

Em uma capital com forte representação da direita, o bolsonarista Abílio Brunini (PL) chegou a 26% das intenções de voto, de acordo com a Quaest divulgada em 17 de setembro, mas ainda empata tecnicamente com o petista Lúdio Cabral, que tem 20%, no limite da margem de erro. Quem lidera a corrida é Eduardo Botelho (União), com 33%.

Curitiba

Atual vice-prefeito, Eduardo Pimentel (PSD) contou com os apoios do prefeito Rafael Greca e do governador Ratinho Júnior, seus colegas de partido, para enfim abrir vantagem na Quaest, com 36%.

Com a dianteira do candidato da situação, Luciano Ducci (PSB), 15%, e Ney Leprevost (União), 12%, empataram tecnicamente pelo segundo lugar. O pessebista formou uma aliança no campo progressista, enquanto Leprevost é endossado por uma força relevante na capital paranaense: o “lavajatismo”, tendo na vice a deputada Rosângela Moro (União), esposa do senador e ex-juiz Sergio Moro (União-PR).

Fortaleza

Em um dos cenários mais embolados das eleições municipais, os quatro principais concorrentes à prefeitura da capital cearense têm alternado posições nas pesquisas desde o início da campanha.

Em 18 de setembro, a Real Time Big Data mostrou o bolsonarista André Fernandes (PL) e o lulista Evandro Leitão (PT) com 23%, em empate numérico. Tecnicamente pareado a ambos, Capitão Wagner (União) registrou 20%, o que o colocou em empate técnico ainda com José Sarto (PDT), 15%.

No dia seguinte, um levantamento do instituto Ideia colocou Wagner à frente, com 26%. Sarto e Fernandes marcaram 21%, em empate técnico com o líder — a margem de erro do foi de três pontos para mais ou para menos. Por esse critério, o petista ainda postula a segunda vaga, com 18%.

Manaus

As simulações dão vantagem ao prefeito David Almeida (Avante) por uma vaga no segundo turno, mas a disputa projetada para enfrentá-lo neste cenário se acirrou para a Quaest de 16 de setembro. Roberto Cidade (União) teve 19%, em empate técnico com Amom Mandel (Cidadania), que marcou 15%.

O bolsonarista Capitão Alberto Neto (PL) registrou 13% e, no limite dos três pontos percentuais da margem de erro, ainda empatou com o vice-líder.

Natal

Em 16 de setembro, a pesquisa Quaest na capital potiguar foi liderada pelo ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD), que chegou aos 41%. Atrás, Paulinho Freire (União), 24%, e Natália Bonavides (PT), 18%, empataram tecnicamente, no limite da margem de erro do levantamento, de três pontos.

São Paulo

Na leva mais recente de simulações, a Quaest registrou a consolidação de um empate técnico triplo entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB), com 24%, Guilherme Boulos (PSOL), 23%, e Pablo Marçal (PRTB), 20%. A margem de erro foi de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Já no Datafolha de quinta, 19, Nunes liderou com 27%, em empate técnico com o deputado, que teve 26%. O candidato do PRTB se descolou, marcando 19%.

Em um cenário altamente polarizado, a projeção de segundo turno na capital paulista — onde a eleição municipal foi definida em turno único apenas uma vez desde a redemocratização, em 2016 — parecia encaminhada com os apoios do presidente Lula (PT) a Boulos e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao atual prefeito. Mas o avanço robusto de Marçal sobre o eleitorado de direita e a dificuldade do psolista em conquistar os votos do presidente deixaram o cenário mais aberto, provocando mudanças nas estratégias de campanha dos principais postulantes.