15/09/2024 - 7:00
Cidade mais populosa do Brasil, São Paulo tem na habitação um de seus principais desafios. A capital paulista possui domicílios inadequados e ociosos, além de aluguéis caros, principalmente tratando-se de imóveis localizados em bairros centrais. Por conta disso, em uma série especial, o site IstoÉ analisou os planos de governo de cada um dos cinco principais candidatos à prefeitura do municípios nas eleições de 2024, destacando suas estratégias para essa questão.
A FJP (Fundação João Pinheiro), com base nos dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), informou que a capital paulista tem o maior número de moradias inadequadas do País, sendo 370 mil domicílios nessa condição, o que representa 8% do total de imóveis.
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Nesta reportagem, detalhamos as abordagens de cada concorrente para a habitação. Veja como pensam Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB) sobre o tema:
Guilherme Boulos
Em seu plano de governo, o deputado federal Guilherme Boulos promete a entrega de 50 mil novas unidades habitacionais com um programa municipal próprio em parceria com o “Minha Casa, Minha Vida”, e também promover ação conjunta com entidades e cooperativas para fazer construções e oferecer locação social por meio do processo de modernização de edifícios públicos abandonados.
O psolista ainda apresenta o programa “Periferia Viva de Urbanização e Melhoria Habitacional”, que, segundo ele, beneficiará 100 mil famílias com reformas de moradias precárias e promoverá a urbanização de favelas. O plano atenderá outras 250 mil famílias com um “amplo programa de regularização fundiária”.
José Luiz Datena
O apresentador José Luiz Datena afirma que, se eleito, levará moradias e empregos para mais perto das pessoas, citando como exemplo a avenida Jacu-Pêssego, localizada na zona leste de São Paulo, que “merecerá incentivo, inclusive fiscal, para construção de unidades habitacionais, com segurança e integradas a oportunidades de trabalho e infraestrutura urbana”.
O candidato do PSDB diz que irá exigir que pelo menos parte da mão de obra seja contratada localmente, e ressalta a necessidade de aproveitar terrenos menores e prédios desocupados que estão em processo de desapropriação. Ele ainda acrescenta que as favelas passarão pelo processo de urbanização e regularização fundiária.
Pablo Marçal
Pablo Marçal expõe em seu plano de governo o desejo de realizar construção recorde de casas e concentrar esses imóveis em locais com infraestrutura, “visando qualidade de vida e desenvolvimento urbano”. “Nós precisamos tornar a habitação mais acessível”, acrescenta.
Ele destaca que recorrerá à parceria com o setor privado para a construção de novas casas nas periferias e a gestão e transformação de imóveis vazios em habitações populares. Além disso, pretende implementar o programa “Cheque Moradia” para fornecer subsídios às famílias de baixa renda, para que elas consigam comprar ou reformar seus imóveis.
Ricardo Nunes
O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, afirma que a área da habitação é um problema que exige soluções urbanas completas. Por conta disso, ele pretende dar continuação ao projeto de sua gestão “Pode Entrar”, segundo a gestão “o maior programa habitacional da cidade”, com meta de 72 mil novas unidades, modernização de prédios no centro e créditos de R$ 30 mil por família para reformas.
Além disso, enumera ações como regularização fundiária, parcerias público-privada para construções, projeto de desenvolvimento urbano com imóveis e terminais de ônibus em Guaianases (zona leste de São Paulo), linha de crédito para 866 novas moradias e a construção de outras 4.732.
Tabata Amaral
A deputada federal Tabata Amaral coloca em seu plano de governo a criação de uma plataforma digital de locação social e compra subsidiada de imóveis residenciais, “semelhantes às plataformas de aluguel e compra de imóveis do setor privado”, usando unidades do programa “Pode Entrar”, e o governo atuará como “fiador”.
Ela ainda propõe a realização de censo da população em situação de rua e do déficit habitacional da cidade. As demais propostas incluem oferecer transparência para a fila da política habitacional, regularizar e urbanizar áreas ocupadas de maneira irregular e a proteção de mananciais e represas.
Esta matéria é a quarta de uma série de cinco reportagens focadas nas grandes questões que impactam a cidade de São Paulo e devem ser enfrentadas por quem assumir a sua gestão a partir de 2025.