Convido o caro leitor a escolher o início dessa história, dentre as três opções abaixo:
Fato histórico 1
Uma grande crise econômica, política e social.
De um lado os que gozavam de privilégios, redução de impostos e direito de cobrar taxas.
Do outro lado os que têm o peso de pagar os altos impostos para custear os benefícios dos privilegiados.
O país sofria a consequência de seu atraso econômico e via-se estagnado.
Algumas reformas econômicas foram feitas, mas eram sempre boicotados pela classe privilegiada, que não queria renunciar a seus direitos.
Um caro leitor que apenas passou os olhos por essa introdução pode achar que a narrativa acima procura narrar a atual realidade brasileira.
Mas não é. Trata-se da conjuntura que antecedeu a Revolução Francesa em meados de 1700.
Fato histórico 2
Naquela época existiam no país duas ideologias diferentes
Era um momento de crise que gerou grande polarização.
Decidiram então dividir o país entre Norte e Sul.
Um caro leitor que apenas passou os olhos por essa introdução pode achar que a narrativa acima procura descrever a atual realidade brasileira.
Mas não é. Trata-se do contexto histórico que culminou com a construção do Muro de Berlim, que dividiu a Alemanha entre 1961 e 1989 em duas partes.
Fato histórico 3
Por causa da estreita relação do presidente com o sindicalismo brasileiro, os grupos conservadores da sociedade o consideravam uma ameaça e era apontado como comunista (apesar de não o ser).
O presidente tinha como base de seu plano algumas reformas de base:
agrária, educacional, tributária.
Em 1963 camponeses e operários pressionaram para que ocorressem de fato tais reformas.
Os direitistas então revoltaram-se e articularam-se por um golpe contra o governo.
Tudo se iniciou com a Revolta dos Sargentos que utilizaram como artificio uma contrariedade com o STF para tomar instalações em Brasília.
O presidente por sua vez foi às ruas e fez o Comício da Central do Brasil, no qual tinha público de 200.000 pessoas.
Nela o presidente contou com a presença maciça dos movimentos sociais.
A reação conservadora foi imediata, a marcha da família com Deus pela liberdade.
Focada na luta a um comunismo que de fato não existia e pedindo intervenção militar.
Um caro leitor que apenas passou os olhos por essa introdução pode achar que a narrativa acima procura descrever a atual realidade brasileira.
Na verdade, trata-se de um enredo que culminou com o Golpe de 1964, a Ditadura Militar no Brasil.
O final em comum
Como é possível observar nos diferentes contextos históricos narrados acima, em nenhum de tais fatos houve um final feliz.
Em todos eles, a sociedade sangrou como um todo, deixando marcas profundas.
Marcas as quais o recuo histórico perigosamente vem apagando da memória coletiva, tendo então como risco provável que os erros passados se repitam em um futuro, não tão distante.