Eleições 2022: Ciro Gomes expõe seus planos caso seja eleito

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O pré-candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT) à Presidência da República, Ciro Gomes, concedeu nesta segunda-feira (13) uma entrevista ao podcast “O Assunto”, do G1, comandado pela jornalista Renata Lo Prete. Ao ser questionado sobre o que pretende fazer caso seja eleito, ele afirmou que abrirá mão da reeleição, irá propor reformas nos primeiros seis meses de um possível governo e defenderá uma renda mínima para combater a fome no país.

Durante o bate papo, a jornalista fez uma série de perguntas para o pré-candidato que abordou diversos temas importantes no cenário nacional.

Ao ser questionado sobre o que faria para colocar fim ao chamado “orçamento secreto” e como iria lidar com a atual cúpula do Congresso Nacional, Ciro respondeu: “Primeiro gesto: abro mão da minha reeleição em troca da reforma do país”.

Depois, acrescentou que pretende propor reformas ao Congresso Nacional nos seis primeiros meses de um possível governo.

“Vai ser uma reforma só, um pacote inteiro, em que vai estar ali tudo junto, uma reconstitucionalização do Brasil para acabar com essa barafunda institucional em que estamos navegando: Supremo fazendo política, Congresso executando orçamento, Executivo sendo testa de ferro de ladrão. Isso vai matar o Brasil.”

Ciro também informou que governos e prefeitos farão parte desse “grande pacto”. “Dando em troca para eles a libertação fiscal”, já que, para o pré-candidato, alguns estados estão “mortos”.

Fome e renda mínima

Após números alarmantes divulgados pela Rede Brasil de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) mostrarem que cerca de 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer, Ciro Gomes defendeu uma renda mínima para ajudar essa população. Segundo ele, o programa terá “porta de saída”.

“Política social compensatória é imperativa num país onde a fome é verdadeira. Tem 42 mil pessoas nas ruas de São Paulo morando nesse frio, morrendo à noite”, declarou o pré-candidato.

Indigenista e jornalista desaparecidos na Amazônia

Ciro Gomes aproveitou a oportunidade para comentar o caso do desaparecimento do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips na Amazônia.

Para ele, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi um “picareta” ao culpar os dois pelo ocorrido. “Esse Bolsonaro é um grande picareta. Em relação a esses dois crimes, a essas duas vítimas do crime, o Bolsonaro os inculpou. Os inculpou. Repare, ali na região é pesca, é mineração, mas sabe quem está tomando conta? General Heleno (ministro do Gabinete de Segurança Institucional), eu estou sabendo o que está acontecendo. Eu estou sabendo o que está acontecendo: é o narcotráfico, com o olho fechado das Forças Armadas brasileiras”, disse.

Combustíveis

Durante a entrevista, a jornalista Renata Lo Prete perguntou a Ciro Gomes sobre como ele avalia a estratégia do governo Jair Bolsonaro de frear o preço dos combustíveis.

Para ele, o que se quer colocar em prática é um “truque eleitoreiro criminoso”. “O que o governo está propondo? Tirar dinheiro da saúde e da educação para financiar o lucro exorbitante e selvagem do acionista minoritário. Essa é uma grande canalhice e não é para resolver o problema.”

Ao ser questionado sobre qual política de preços para a Petrobras deve implementar caso seja eleito, Ciro respondeu que o custo vai levar em conta os gastos para a produção e rentabilidade, o que ele chamou de “melhores práticas internacionais” com 7% de lucro.

Participação federal na educação

No decorrer do bate papo, o pré-candidato do PDT defendeu que é preciso a participação federal na educação. Para ele, o governo deve estabelecer um “padrão pedagógico, treinamento e requalificação” de professores. Além disso, criar um “fundo de valorização do magistério” para valorizar e “premiar” os docentes.

“Assumir (a educação) como federal a tarefa de garantir a qualidade do ensino, a virada de uma educação precaríssima para uma educação de excelência, que já experimentamos. Essas práticas estão generalizadas no Ceará. No ensino médio, a evasão escolar é de 1%, enquanto no Brasil é de 60%.”

No entanto, Ciro não detalhou como funcionaria esse fundo para valorizar os professores.

Participação dos militares no governo

No final da entrevista, Ciro Gomes afirmou que, caso seja eleito, proibirá a participação de militares da ativa em cargos políticos. Só poderão assumir militares que forem da reserva.

“O que está acontecendo? Tem 3,8 mil militares da ativa dobrando salário em cargos políticos. No meu governo, primeiro dia: ‘está proibido militar participar de cargo político’. É um cidadão como qualquer outro, mas deixe de ser militar e venha. Pode baixar para a reserva. Na ativa, você está em cargo político? Sabe? É um negócio de doido. Estão transformando o Brasil em república de bananas”, concluiu.