O LANCE! dá sequência, nesta quinta-feira, à tradicional série de entrevistas com os candidatos à presidência do Vasco na eleição marcada para o dia 7 de novembro. São as mesmas perguntas para os cinco postulantes. Por ordem alfabética, o quarto entrevistado é Luiz Roberto Leven Siano, que concorre pela primeira vez. Ele representa a chapa “Somamos”.

Por que ser presidente do Vasco?
Porque, como torcedor do Vasco, eu entendo que nós não aguentamos mais, precisamos de mudança. E os agentes políticos que estão no Vasco há 20 anos estão fazendo a mesma coisa e não muda. Então precisava de alguém que tivesse uma visão diferente de Vasco para contribuir e construir um Vasco diferente.

Como obter recursos para um cenário pós-pandemia ou ainda de pandemia?
A pandemia abriu grandes oportunidades para obtenção de recursos. Existem mais de US$ 15 trilhões disponíveis para projetos. Você obtém recursos apresentando projetos. A gente tem o projeto, que é o projeto “Somamos”, na verdade, que foi apresentado para todo o mercado. Com isso, a gente tem diversas opções de financiamento externo. A pandemia fez o Real se desvalorizar ainda mais e é propício o momento para financiamento externo porque o Dólar e o Euro, necessários para se investir no Brasil, estão a muito menos do que um ano atrás. A gente está no maior momento de alta dos últimos dez anos da moeda estrangeira. Então, o que era um investimento X, agora é um investimento 20%, 30% e até 40% menor.

O que acha do desempenho atual do time?
O desempenho do Vasco é equivalente a quanto ele consegue arrecadar de receita. Nós fizemos uma análise de mercado aqui no projeto “Somamos”, que o projeto que estamos entregando ao Vasco, no qual a gente estudou todos os confrontos diretos que o Vasco teve contra 15 clubes de primeira divisão do Brasil nos últimos 10 anos. E o Vasco só supera, em número de vitórias, o Fluminense, o Ceará e o Goiás. O Vasco perde para 12 outros clubes. Por exemplo, o Vasco jogou 18 partidas contra o Corinthians e só venceu uma. O Vasco perde mais do que ganha, nos confrontos diretos, nos últimos 10 anos, para todos os times de São Paulo, perde para os dois do Rio Grande do Sul, perde para os dois de Minas, ainda perde para o Athletico-PR. Então, com o Botafogo a gente empata e a gente perde até para o Bahia. Superamos três, não superamos 12. Por coincidência, quando a gente faz uma análise da posição média do Vasco no Campeonato Brasileiro nos últimos 20 anos, a posição média é 12º lugar também. E aí quando você olha na tábua de arrecadação dos clubes de futebol de primeira divisão, o Vasco é o 12º em arrecadação.

Ou seja, existe uma ligação indireta entre o resultado do campo e a nossa capacidade de fazer receita. E isso não é uma coincidência. Então, o resultado do clube, no futebol, é consequência direta da sua incapacidade de arrecadar receitas. Você vê que os números batem. Entre 15 clubes, a gente só supera 3. Ou seja: há 12 times que a gente não supera nos últimos 10 anos. Nos últimos 20 anos, a posição média no Campeonato Brasileiro, se você for pegar todas as posições que o Vasco teve desde 2001 até agora e dividir pelo número de anos, considerando que quando o Vasco caiu, disputou a Série B e foi campeão a gente está considerando ele como 21º lugar. Quando ele foi 3º lugar da série B, a gente está ele como 23º lugar. Se você pegar todas essas posições e dividir pelos anos dá exatamente 12º lugar. Ou seja, o Vasco é um reflexo da sua incapacidade de arrecadar. O resultado esportivo do Vasco é reflexo da sua incapacidade de arrecadar. Como ele está em 12º em receita, ele está em 12º lugar, normalmente, no Campeonato Brasileiro, e isso significa que ele vai ter um resultado equivalente a enfrentando clubes de primeira divisão: ficar sempre ali perdendo para 11, 12 outros clubes. Mais do que ganhando.
Então a gente precisa, para mudar a situação desportiva do Vasco, em termos de resultado técnico em campo, a gente precisa urgentemente fazer o Vasco arrecadar mais. Só para você ter uma ideia, o Athlético-PR arrecada quase o dobro que o Vasco. O Vasco arrecada R$ 200 milhões, o Athlético quase R$ 400 milhões.

Como avalia a estrutura física das sedes do clube? Do Calabouço ao CT.
Muito aquém do que pode ser. Tanto é que dentro do projeto “Somamos” a gente tem projetos de revitalização de todas as sedes. Temos dois projetos de reforma para São Januário, temos um projeto de revitalização da Sede Náutica e temos um projeto de revitalização do Calabouço. A gente quer transformar o Calabouço numa marina. Na Sede Náutica, a gente pretende fazer um restaurante. Já tivemos autorização da prefeitura para fazermos acréscimos na cobertura para ter um ombrelone, ter um telão para dias de jogos, para as pessoas assistirem aos jogos juntas em um belo restaurante no penúltimo andar. As fotos, a gente tem os projetos. Para o Calabouço, a gente contratou a “Squalio”, que é maior empresa de arquitetura de marinas do Brasil. Para a Sede Náutica, contratamos a “RAF arquitetura”, que é um ateliê conhecido por grandes obras aqui no Rio de Janeiro e em São Paulo. E os projetos estão prontos. E já posso enviar as fotos dos projetos de São Januário da Serneke. O da Populous eu não posso enviar ainda, pois vai ser lançado na quinta que vem (este dia 29, uma semana exatamente após a realização da entrevista).

Na verdade, nós estamos localizados em dois pontos turísticos da cidade e nós não temos a visibilidade naqueles pontos turísticos. Por exemplo, você vê a fachada do Calabouço, que a gente está construindo com o nosso projeto com a “Squalio”, fica evidente que o Vasco está ali. Hoje, você vai para o Santos Dumont pegar um avião e não sabe que o Vasco está ali. Às vezes, o próprio vascaíno não sabe. Então até a questão da identidade visual do prédio não é explorada. Porque ali passam diversos executivos voando na ponte aérea Rio-São Paulo e que poderiam ser parceiros do Vasco, mas nem sabem que o Vasco está ali. Além de tudo, a revitalização das sedes é um grande processo de branding para a marca aparecer, pois está em lugares estratégicos da cidade. É a mesma coisa da Lagoa Rodrigo de Freitas, que é um lugar conhecido, um cartão-postal da cidade e está muito tímida a sede ali. Tudo bem que é um lugar tombado, tem uma série de precauções que você tem que ter. Mas a gente conseguiu autorização da prefeitura para fazer uma revitalização e vai ficar evidente que o Vasco está ali na Lagoa. E isso também expande e divulga a marca, é um processo de branding também.

Fora que, nos nossos projetos, a gente transforma ambas as sedes em autossustentáveis. Isso é muito interessante. Por exemplo, lá na Sede Náutica, a gente vai ter uma academia, o que é receita para o clube. Vai ter um restaurante aberto todos os dias, o que é receita para o clube. E isso hoje você não tem. Da mesma maneira lá no Calabouço. A gente vai colocar lá o nosso projeto. Tanto no Calabouço, quanto na Sede Náutica a gente tem um projeto chamado “Casas Vasco”, que é um misto de loja do Vasco, com produtos licenciados, com um local de experiência para o vascaíno. Um local para tomar uma cerveja com os amigos, assistir a um jogo, participar de uma tarde de autógrafos, alugar para um evento particular. Então, a gente vai ter isso tanto na Sede Náutica, quanto no Calabouço, que também atrai receita para o clube. E lá no Calabouço a gente pretende fazer três andares de garagem, de barcos para competir ali com a Marina da Glória. A gente tem essa autonomia por ter a lâmina d’água ali por ser um clube de remo. Então, a gente tem essa autorização. E a gente pretende alugar para barcos e jet skis e, com isso, a gente consegue fazer as sedes serem autossustentáveis e ainda contribuir receita para o clube. Os projetos estão bem bacanas. São fotos impressionantes.

Como administrar a dívida do Vasco?
Parece muito difícil, mas eu já tive coisa pior na minha vida. Eu já trabalhei com dívidas de 3 bilhões. O Vasco hoje tem dívida de R$ 649 milhões. Parte da dívida de longo prazo você não precisa pagar imediatamente, como o Profut, por exemplo. O Flamengo deve mais Fiscal que o Vasco, só que está administrado. Então, a questão que atrapalha a operação de uma empresa ou de um clube de futebol não é o fato de ter dívida. As grandes empresas e clubes do mundo têm dívidas. Barcelona, Real Madrid, Flamengo, Palmeiras, Grêmio, todos os clubes e instituições têm dívida. O grande problema não é você ter dívida. O grande problema é não ter capital de giro. O que falta ao Vasco, hoje, é ter fluxo de caixa positivo. Então, o que você precisa resolver na parte da dívida é o capital circulante. Ou seja, a dívida de curto prazo. Uma vez que você resolve a dívida de curto prazo, você resolve criar caixa positivo e operar o clube com eficiência.

Então, o grande desafio não é exatamente pagar a dívida, é reorganizar ou reestruturar a dívida. Ou seja, o que a gente pretende fazer no Vasco é substituir as dívidas de curto prazo por uma dívida de longo prazo. Então, nós temos propostas que nós estamos renegociando de financiamento externo. Como te falei, o Covid, por incrível que pareça, abriu oportunidade de se trazer investimento no exterior. Porque a moeda brasileira está muito desvalorizada. Isso cria oportunidade do ponto de vista cambial. E também o fato de o Covid ter influenciado muito na economia mundial está fazendo com que vários bancos centrais, de vários países, estejam operando com juros negativos. Por exemplo, o Japão está operando com juros negativos, vários países da Europa. Alemanha e outros países estão operando com juros negativos. Isso faz com que vários fundos oriundos de investimentos e investidores desses países estejam dando prejuízos porque, se esses países estão com juros negativos, os investimentos relacionados a esses investidores estão negativando também. Então isso está abrindo a possibilidade de eles emprestarem dinheiro com juros muito baixos. Porque qualquer juro, ainda que muito baixo, é melhor do que você estar no juro negativo. Então, nós abrimos oportunidades para o Vasco, através das nossas pesquisas de campo, nossos novos parceiros que saímos pelo mundo afora buscando, de trazer financiamento externo a um custo muito baixo. Muito mais baixo do que aquilo que o Vasco tem operado nos últimos anos. Só para você ter uma ideia, o Vasco tem pago de juros algo em torno de 22% ao ano. E a gente tem possibilidade em cima da mesa de juros muito mais baixos, que circulam entre 0,5% a 6,75% ao ano. Então isso traz série de oportunidades de equacionamentos dessa dívida a um custo baixo, ainda com uma carência alta porque os prazos dados por esses financiamentos são muito mais largos que aqueles que os bancos brasileiros normalmente dão. Então, nós temos uma grande oportunidade de financiamento externo para arrumar a casa.

Como obter investimentos para o futebol?
Investimento para o futebol… hoje, você tem duas maneiras de investimento para qualquer clube de futebol que esteja em situação financeira difícil. E, na verdade, hoje você só tem praticamente esses dois caminhos. Ou é investimento por capital ou investimento por dívida. Investimento por capital seria, por exemplo, você separar o futebol da parte social e vender cotas para de um clube-empresa. Essa é uma maneira de você atrair investimentos para o futebol. Você capitalizar através da venda de cotas de um clube-empresa que poderia ser formada através de uma cisão de um clube entre a parte social e o clube-empresa que seria construído a partir dessa cisão. Nós entendemos que, hoje, isso não é recomendável para o Vasco. Por que que nós entendemos isso? Em primeiro lugar porque o Vasco não tem uma gestão profissional. Em segundo lugar porque o Vasco é desorganizado. Em terceiro lugar porque o Vasco está com resultados esportivos pífios e em quarto lugar porque a autoestima do vascaíno está muito baixa. Todas essas razões tornariam o preço do Vasco muito baixo no mercado, o preço das cotas do Vasco muito baixo. Então, não seria uma alternativa recomendada neste momento.

O que a gente está fazendo: estamos trazendo uma equipe profissional executiva remunerada para dentro do Vasco que seria capaz de gerir qualquer empresa brasileira. Nós estamos trazendo os melhores executivos do Brasil e do mundo para a nossa equipe, e não é para ficar fazendo conselho consultivo porque eu não preciso de coaching. O presidente que fala que vai ter um conselho consultivo é porque ele precisa de coaching, é porque ele não tem a senioridade necessária para presidir o Vasco. Então a gente está muito satisfeito com a nossa capacidade de presidir o Vasco. Porém, não significa dizer que eu, sozinho, consigo fazer essa transformação. Então, para credibilizar a marca, a gente está trazendo uma equipe de ponta de profissionais do mercado, entre eles o Francisco López, que foi CFO (Chief Financial Officer, espécie de diretor financeiro) do Barcelona entre 2003 e 2009, levantou o Barcelona. Ele foi o homem-forte do Manchester City entre 2012 e 2018. Abriu várias filiais do Manchester City em países como China, Japão, Austrália, Espanha, Uruguai, Estados Unidos. Hoje, é o executivo de futebol mais respeitado do mundo. Só o fato de ele estar vindo para o Vasco, aceitar vir para o Vasco já credibiliza de uma maneira diferente a marca Vasco no mercado e, com isso, a gente possibilita a reprecificação das nossas receitas.
As receitas do Vasco sofreram um processo de mark down nos últimos 10 anos. Se você pegar 2010, o Vasco tinha um patrocínio máster da Eletrobras de R$ 16 milhões. Hoje, o patrocínio máster do Vasco não vale R$ 4 milhões, R$ 3 milhões. Ou seja, sofreu um processo de mark down em virtude de tudo isso que eu falei que está acontecendo. Agora a gente tem que fazer um processo de mark up. Como a gente faz esse processo de mark up? Primeiro, como a opção não é pelo investimento de capital e, sim, investimento por financiamento, a gente pega esse investimento inicial, arruma a dívida, traz uma equipe profissional, credibiliza a marca, faz uma gestão profissional e, aí, você começa a reprecificar as suas rubricas de receitas. Você começa a ter um material esportivo que te paga melhor, de melhor qualidade, começa a ter um patrocinador máster que paga melhor pela tua marca. Aí você consegue ter um futebol mais forte.

Como será a relação com a base? Mais investimentos? Será possível fazer melhores vendas ou manter revelações?
O problema central do Vasco é o desequilíbrio financeiro. O desequilíbrio financeiro faz com que você venda mais baixo e no momento errado. Porque sempre a desculpa é de que você está com a faca no pescoço. Então a gente tem que tirar a faca do pescoço. Nós fizemos um estudo neste projeto “Somamos”, que estamos oferecendo para o vascaíno, de todas as vendas de jogadores nos últimos 40 anos. Todos os jogadores, desde o Roberto Dinamite até hoje. Desde os anos 1980 até hoje. O gráfico mostra a diferença entre o quanto nós vendemos os nossos jogadores e o quanto eles foram revendidos por outros clubes depois que saíram do Vasco. Por exemplo, o Allan foi vendido pelo Vasco por € 3 milhões, posteriormente foi vendido por 11,5 milhões e, agora, por € 25 milhões. O Jardel saiu do Vasco por 4 milhões de euros, foi revendido € 17 milhões. O Alex Teixeira saiu por € 9 milhões, foi revendido por € 50 milhões. E o Coutinho foi vendido por € 3,8 milhões e foi revendido por € 145 milhões. Ou seja, se você pegar só o exemplo do Phillipe Coutinho.

Se nós tivéssemos vendido só o Coutinho pelo mesmo preço que ele foi revendido, a diferença é 150% de todos os jogadores que o Vasco vendeu nos últimos 40 anos. Ou seja, o fato de a gente vender dessa maneira prematura é uma perda de receita absurda. E isso se dá em função sempre da desculpa de que a gente está com a faca no pescoço. Só que a faca no pescoço pode ser uma contingência operacional ou uma desculpa para quem queira, de alguma maneira, se beneficiar da situação. Porque sempre é uma boa desculpa para quem quer vender. O clube estar endividado sempre é uma boa desculpa para quem quer ter algum desvio de conduta. Sempre é uma boa desculpa para você vender abaixo do mercado, pegar empréstimo com juros acima do mercado. O desespero é sempre uma boa desculpa para você justificar qualquer coisa. Então, a gente precisa, urgentemente, no Vasco organizar as finanças, reestruturar as dívidas e se tornar senhor do nosso destino. O lema da campanha e do nosso programa é devolver o Vasco aos vascaínos. Porque, hoje, o Vasco pertence aos credores.

Você entende que a intensidade da política do Vasco atrapalha o desempenho esportivo do clube? E como será daqui para frente?
“Intensidade” é ser educado. A política do Vasco faz muito mais do que intensidade, ela faz sabotagem. Hoje, os grupos políticos que orbitam na política do Vasco sabotam uns aos outros. Eles torcem pelos grupos políticos, e não mais pelo Vasco. Se uma coisa boa vem, mas vem através de um grupo político, você pode ter certeza que os outros que não compactuam com aquele grupo político vão falar que é ruim, mesmo que seja bom para o Vasco. E é isso que está destruindo o Vasco. Por essa razão que a gente propõe uma candidatura diferente de todas as outras que já aconteceram na história do Vasco. É uma candidatura na qual o candidato não é de nenhum grupo político. Eu não pertenço a grupo político nenhum. Acho que é a primeira vez na história do Vasco que aparece um personagem político que é desapegado, independente, autônomo e apartidário. E, com isso, a gente consegue reunir na nossa base de apoio grupos que estavam antagonizando há anos. Nós temos grupos, na nossa base, que eram do Eurico, que eram do Roberto, e grupos que eram do Campello, e que se odiavam, não se falavam. Mas a gente abriu a porta para todos se falarem. E a maior parte da nossa base, que é o mais legal de tudo, é aquele vascaíno, como eu que não é de grupo político nenhum.

Porque apesar de haver essa guerra política dentro do Vasco, os grupos representam muito pouco do colégio eleitoral. O Vasco tem 42 grupos políticos, é mais grupo político do que o Brasil tem de partido político. Para um colégio eleitoral de, talvez, menos de 4 mil pessoas. Se você dividir 4 mil por 42, não dá nem 100, você não consegue nem formar uma chapa, porque você precisa de 162 para formar uma chapa. Então, é muito cacique para pouco índio. É muita gente que gosta de ser chamada de presidente. Na verdade, o Vasco tem “42 presidentes”, cada um é presidente do seu grupo. E as pessoas passam a votar não em favor do Vasco, mas, sim, daquele grupo. Chegam ao ponto de alguns grupos terem a cara de pau de dar uma cor diferente da cor do Vasco. Temos grupos políticos que usam a cor amarela, temos outros que usam a cor roxa. Isso é uma descaracterização e uma comprovação de que essas pessoas não estão preocupadas com o Vasco. Elas querem inventar grupos que, inclusive, têm bandeiras e cores diferentes do que as nossas. E isso está, realmente, destruindo o Vasco, fazendo com que o Vasco seja sabotado. A troco de de quê? De usar um crachá, de ter uma vaga no estacionamento, de ir ao vestiário em dia de jogo. Coisas pequenas, que se tornam mais importantes que o benefício do clube. Isso está matando a política do Vasco.

Agora, felizmente, esses 42 grupos políticos, se eles representarem 30% do colégio eleitoral é muito. Possivelmente é menos que isso. E aí eu apareço como um candidato que conseguiu reunir, na sua base, vascaínos que não são de grupo político nenhum, que são a sua maioria. Então, hoje, nós temos talvez 60% dos vascaínos que nos apoiam que não são de grupos políticos nenhum. São simplesmente vascaínos que conheci em São Januário, vascaínos que conheci nas redes sociais, que falaram comigo através do Instagram, do Whatsapp porque eu, diferentemente dos outros, sou um candidato muito democrático. Eu dei meu telefone duas vezes, ao vivo, para quem quisesse me procurar, e eu realmente falo com as pessoas, tenho tempo para me dedicar ao vascaíno. Então, fomos conquistando votos e mais votos de pessoas que não eram de grupos políticos nenhum. Então, nós somos candidatos de todos os vascaínos. Das pessoas quem não tem grupo político e de todos os grupos políticos que quiserem. E com isso a gente entende que coloca uma pá de cal nessa turbulência política. Porque qualquer outro candidato que esteja dentro de um grupo político, quando ele entrar vai ser sabotado pelos antagônicos. Para sair dessa crise política, o Vasco precisa de um candidato que não esteja vinculado a grupo político nenhum e que possa construir pontes com todos. Para que você tenha governabilidade. Porque, hoje, ganhar a eleição é pouco. Você ganha a eleição, mas se você não tiver governabilidade você não consegue implementar o projeto, por melhor que ele seja que você tenha para o Vasco. Então, por isso uma das bandeiras da nossa candidatura, desde o início é a pacificação do clube, através do diálogo, do debate e a porta estar aberta a qualquer vascaíno de qualquer grupo político.