BEIRUTE, 07 MAI (ANSA) – As eleições parlamentares no Líbano, realizadas no último domingo (6), devem confirmar o atual primeiro-ministro Saad Hariri no comando de um governo de união nacional com cristãos e os xiitas Movimento Amal e Hezbollah.
Os primeiros resultados, ainda não definitivos, foram divulgados nesta segunda-feira (7), pelo ministro do Interior Nuhad Mashnuk, e indicam que o eixo pró-Irã, que inclui Amal, Hezbollah e o partido cristão Movimento Patriótico Livre, do presidente Michel Aoun, deve ficar com um terço dos assentos no Parlamento.
No lado pró-Arábia Saudita, o Movimento Futuro, de Hariri, deve perder um terço de seus parlamentares e ficar com apenas 21 – ainda assim, permanecerá como a principal formação sunita no Legislativo, e o cargo de primeiro-ministro é reservado a membros dessa vertente do Islã.
“O Líbano só pode ser governado por todos os seus componentes políticos, e quem diz o contrário está se enganando. Devemos trabalhar juntos para construir o país”, declarou Hariri, encontrando eco no líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah. “Se queremos segurança e estabilidade, os partidos devem cooperar entre eles e resolver os conflitos sobre questões internas e externas”, disse.
A participação do eleitorado ficou em 49,2%, número baixo para um país que passara nove anos sem renovar seus representantes – em 2009, a afluência fora de 54,8%. Entre as novidades deste ano está a estreia de um partido independente, que conseguiu eleger uma candidata, a jornalista Paula Yacoubian.
Quase 600 candidatos disputaram 128 assentos no Parlamento, distribuídos de acordo com a representatividade de cada religião. Do lado cristão, são 34 para maronitas, 14 para greco-ortodoxos, oito para greco-católicos, cinco para armênio-ortodoxos, um para protestantes, um para armênio-católicos e um para minorias, que incluem católicos latinos, coptas, assírios, caldeus e siríacos. Do lado muçulmano ou islâmico, são 27 para xiitas, outros 27 para sunitas, oito para drusos e dois para alauitas. (ANSA)