Segundo turno da votação presidencial tem disputa apertada de ultradireitista contra político centrista. Pleito pode redefinir rumo do país, um membro da Otan que faz fronteira com a Ucrânia.Os romenos vão às urnas neste domingo (18/05) em uma tensa reedição da eleição presidencial, uma disputa apertada entre um fã do presidente dos EUA, Donald Trump, e um político pró-EU. A votação pode remodelar a direção do país, um membro da Otan que faz fronteira com a Ucrânia.
Se o nacionalista George Simion vencer a nova eleição – realizada depois que a votação do ano passado foi anulada devido a alegações de interferência eleitoral russa – ele se tornará o primeiro presidente de ultradireita do país.
Isso colocaria a Romênia em um grupo cada vez maior de países da União Europeia com líderes nacionalistas que criticam Bruxelas e desejam cortar a ajuda militar à Ucrânia.
O líder da extrema direita, Simion, e seu rival, o prefeito de Bucareste, Nicusor Dan, fizeram campanha com uma plataforma de mudança em meio à raiva dos eleitores em relação aos políticos considerados corruptos que governam um dos países mais pobres da UE desde o fim do comunismo, há 35 anos.
"Romênia em primeiro lugar"
Comprometendo-se a colocar a "Romênia em primeiro lugar", Simion prometeu "restaurar a dignidade do povo romeno".
Ele critica o que chama de "políticas absurdas" da UE e quer cortar a ajuda militar à Ucrânia.
Simion, de 38 anos, venceu com folga o primeiro turno das eleições em 4 de maio, obtendo cerca de 41% dos votos. Mas os analistas preveem uma disputa muito acirrada neste domingo.
Quem for eleito presidente terá influência significativa na política externa, inclusive com poder de veto nas cúpulas da UE.
As pesquisas sugerem que Dan, um matemático de 55 anos, conseguiu diminuir a liderança de Simion.
Dan, um independente que prometeu um país "honesto", votou em sua cidade natal, Fagaras, na Transilvânia, região central da Romênia. "Este é um ponto de virada, uma eleição crucial", disse Dan, acrescentando que votou "por uma direção europeia… não pelo isolamento da Romênia".
Ele espera que o comparecimento às urnas seja maior do que os 53% do primeiro turno.
Às 14h (hora local), o comparecimento às urnas no país de 19 milhões de habitantes estava próximo de 43%.
Simion disse que "votou contra as desigualdades e injustiças cometidas contra o povo romeno, contra os abusos e a pobreza".
"Votei para que nosso futuro seja decidido pelo povo romeno e para o povo romeno", acrescentou o candidato, que alegou repetidamente o risco de "fraude em massa".
O presidente é eleito para um mandato de cinco anos e tem poderes de decisão significativos em questões de segurança nacional e política externa.
O vencedor deste domingo será encarregado de nomear um novo primeiro-ministro, depois que Marcel Ciolacu renunciou ao cargo após o fracasso do candidato de sua coalizão
em avançar para o segundo turno.
md (AFP, AP)