Eleição em SP tende a repetir polarização Lula e Bolsonaro

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Guilherme Boulos (à esquerda) e Ricardo Nunes Foto: Agência Câmara/ Prefeitura de São Paulo

Na última sexta-feira, 2, aconteceu a cerimônia de refiliação da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy ao PT. Ela volta ao partido depois de quase nove anos e de ter apoiado o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff para ser vice na chapa do deputado Guilherme Boulos (PSOL).

A volta de Marta ao partido foi uma articulação pessoal do presidente Lula, que se reuniu com a ex-prefeita no dia 8 de janeiro. Logo após a conversa ela pediu demissão de seu cargo de secretária municipal das relações internacionais do atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB).

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Com isso a esquerda se consolida ao lado de Boulos, que além do PT e do PSOL também conta com o PDT em sua coalizão. A esquerda busca voltar ao poder da cidade após a derrota de Fernando Haddad em 2016 para João Dória Júnior. O partido acredita que a candidatura de Boulos ganha força com o nome de Marta, já que a ex-prefeita ainda é muito popular com a população da periferia.

Bolsonarismo vive impasse

Do outro lado da polarização, o PL formalizou o apoio à reeleição do atual prefeito Ricardo Nunes. Isso desagradou alguns bolsonaristas mais tradicionais, como o ex-ministro do meio ambiente e atual deputado federal Ricardo Salles, que buscava apoio do partido e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro, inclusive, disse em entrevista dada na última quinta-feira, 31, que Salles era o seu nome favorito na cidade. “Lamento, repito, do coração, eu queria o Ricardo Salles, mas é página virada isso aí”, disse em entrevista à revista Oeste.

Dentro do PL há alguns nomes para a cadeira de vice na chapa do MDB. O coronel da Polícia Militar Ricardo Mello Araújo e a delegada Raquel Gallinati pintam como os nomes mais fortes. De acordo com informações, o presidente do partido, Valdemar da Costa Neto, também indicou dois nomes do Republicanos, partido do governador Tarcísio de Freitas, na lista.

Tábata Amaral, Kim Kataguiri e Padre Kelmon anunciaram pré-candidatura

Pela centro-esquerda, a deputada federal Tábata Amaral (PSB) também lançou a sua pré-candidatura, que tem o apresentador José Luiz Datena como candidato a vice. O líder do Movimento Brasil Livre (MBL) e deputado federal Kim Kataguiri lançou sua pré-candidatura pelo União Brasil. O partido, porém, ainda não se decidiu pela candidatura própria ou pelo apoio a Nunes.

A outra novidade desta semana foi o anúncio da pré-candidatura de Padre Kelmon, pelo PRD. Kelmon foi candidato à presidência pelo PTB em 2022 e foi chamado de “padre de festa junina” pela candidata Soraya Thronicke (Podemos).

Vencedor das últimas eleições, PSDB ainda não bateu o martelo

Depois de vencer as duas últimas eleições municipais em São Paulo com João Doria e Bruno Covas, o PSDB ainda não bateu o martelo e está dividido entre apoiar Nunes ou lançar candidato próprio. O apoio a Tábata Amaral também é um cenário possível.