A eleição de constituintes e autoridades locais que ocorreu no fim de semana no Chile fechou com a participação de 43% de eleitores, menos do que os 51% que votaram no referendo de 25 de outubro do ano passado.

De acordo com os dados do Serviço Eleitoral (Servel), na dupla jornada eleitoral inédita ocorrida no sábado e no domingo, votaram 6.458.760 pessoas, de uma lista de 14.900.190 eleitores, o que dá uma participação de 43,35%.

A cifra para esta eleição é inferior aos 7.569.082 eleitores – 50,9% do total do eleitorado – que participaram do plebiscito de 25 de outubro, no qual foi decidido elaborar uma nova Constituição em substituição à atual Carta Magna herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

A eleição aconteceu no sábado e no domingo para evitar o contágio de covid-19, que, segundo os especialistas, pode ter influenciado a menor taxa de comparecimento.

“Existem muitas localidades que ainda estão em quarentena. As condições da covid-19, apesar do fato de a vacinação ter aumentado, podem ter dificultado o comparecimento de muitas pessoas às suas assembleias de voto”, disse à AFP Pamela Figueroa, acadêmica da Universidade de Santiago.

Os candidatos independentes dominaram a eleição, um resultado que representou um duro golpe para os partidos tradicionais de direita e esquerda.

Os 155 constituintes eleitos devem redigir dentro de um período de nove meses, prorrogável uma vez por mais três meses, a nova Constituição do Chile.

Após 60 dias da entrega da nova Carta Magna, será realizado o plebiscito de homologação com voto obrigatório.