‘Ele tinha muita vida e sonhos pela frente’, diz tio de lanterneiro morto no Complexo do Lins

Rio – Em um desabafo emocionado, o pintor Valdir Paulo, 53 anos, tio do lanterneiro José Luiz de Oliveira, de 27 anos, morto na sexta-feira à noite após ser alvejado em meio a um tiroteio no Complexo do Lins, Zona Norte do Rio, disse que vive “uma dos piores sensações” de sua vida. Valdir e toda a família de José, que está muito abalada, enterraram o jovem na tarde deste domingo, no Cemitério São Francisco de Paula, no Catumbi, sob oração comandada por um pastor da igreja evangélica que a vítima frequentava.

Os familiares relatam que o jovem foi atingido por volta de 17h30 de sexta-feira quando voltava para casa, no Complexo do Lins, para tomar um banho e buscar a mãe. E, em seguida, eles iriam para a festa de aniversário da filha de José, de 6 anos, e da sobrinha, que ocorreria no Shopping Madureira.

Mas, segundo os relatos, quando chegou perto de casa, havia um tiroteio na comunidade, e ele decidiu sair do carro e se abrigar.

'Ele tinha muita vida e sonhos pela frente', diz tio de lanterneiro morto no Complexo do Lins
José Luiz de Oliveira, de 27 anos, morreu após ser baleado no Complexo do Lins – Reprodução internet

“A pessoa pensa que a melhor coisa é procurar um abrigo. Neste momento em que ele saiu do carro para se abrigar, foi alvejado e levou um tiro nas costas”, contou Valdir.

“Ele tinha muita vida e sonhos pela frente. A família está transtornada. Essa é uma das piores sensações da minha vida”, lamentou.

‘Parem de nos matar’
Ainda no velório, a assistente social, a presidente da Associação de Moradores da Comunidade do Barro Preto, Noeli Brandão, fez um apelo: “Pedimos que parem de nos matar. Dentro da comunidade existem pessoas de bem”.
Ela comentou que José Luiz era um jovem religioso, trabalhador, e de uma família honesta. “Eu vi esse menino pequenininho. Cresceu na igreja e dentro de uma família de bem”, disse ela, que emendou: “Destruíram uma família”.