31/12/2020 - 17:34
“Ele era um exemplo de pai, de marido e de profissional. A paixão dele era vestir a farda e ajudar as pessoas”. Foi assim que a artesã Débora Pinho Melo, de 27 anos, esposa do cabo da Polícia Militar Diogo Gomes de Melo, descreveu o marido, que morreu afogado na terça-feira (29), quando tentou salvar quatro crianças no mar em Itanhaém, no litoral de São Paulo. As informações são do UOL.
À reportagem, Débora conta que a família decidiu aproveitar a folga de Diogo na praia. Ela e o marido, o filho, de 9 anos, e três sobrinhos, sendo dois de 12 anos e um de 13, brincavam na água quando perceberam que as ondas começaram a ficar mais fortes.
“Como eu e as crianças não sabíamos nadar, estávamos na parte rasa, mas em determinado momento a onda nos puxou. Puxei meus sobrinhos e os orientei para irem para a faixa de areia, e quando olhei para trás vi o meu filho se afogando e o Diogo tentando socorrê-lo”, diz Débora.
Ela conta que, mesmo sem saber nadar, entrou no mar e tentou ir até onde estavam o marido e o filho, quando percebeu que Diogo também estava se afogando.
“Ele segurou meu filho no alto para que ele não se afogasse, mas o mar puxava ele para o fundo e ele não tinha mais forças para nadar. Comecei a gritar e algumas pessoas que estavam na praia vieram nos ajudar. Um homem entrou no mar e conseguiu pegar meu filho, nisso o Diogo desapareceu na água. Foi tudo muito rápido”, diz a artesã.
Diogo Gomes de Melo, de 31 anos, fazia parte do efetivo da Operação Verão na Baixada Santista. Os bombeiros foram acionados para salvá-lo às 16h20, no entanto não o encontraram.
Por volta das 17h10, outra equipe da corporação foi acionada para atender à localização de um corpo no mar. Chegando no local, foi constatado que o corpo era do policial desaparecido.
A vítima chegou a ser levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itanhaém, mas o óbito foi confirmado na unidade. O caso foi registrado no 2º DP da cidade.
Diogo foi velado e enterrado nesta quarta-feira (30), no Cemitério Metropolitano de São Vicente, cidade onde nasceu. O presidente Jair Bolsonaro, de férias no Guarujá, esteve presente.
“Foi uma surpresa muito grande. O Diogo era uma pessoa muito boa, ele merece ser lembrado”, diz a esposa do policial. “É graças a ele que meu filho está vivo. Ele foi um herói”, diz Débora.
