Principal conselheiro da Casa Branca e genro do presidente americano, Jared Kushner está entre os homens mais poderosos dos Estados Unidos. Mas poucos conheciam sua voz — pelo menos até agora.

Apesar de ser bastante ouvido por quem trabalha na Casa Branca, Kushner fez um raro comentário público nesta segunda-feira.

Com seu tom de voz de médio a alto, suas vogais longas e consoantes macias, o marido de Ivanka Trump, de 36 anos, leu por cerca de 7 minutos comentários sobre inovação tecnológica.

“Nós criamos metas ambiciosas juntos e habilitamos times de várias agências para atingir nossos objetivos. Está dando certo e é muito animador”, disse ele.

Desde que começou a integrar a administração, Kushner foi alvo de piadas de comediantes por seu silêncio sepulcral.

O intérprete de Trump no programa Saturday Night Live chamou Kushner carinhosamente de “Amélie judia”, em homenagem à silenciosa protagonista do filme francês ‘O Fabuloso Destino de Amélie Poulain’.

Nos primeiros dias de sua administração, Trump parecia acreditar que não haveria desafio ou conflito difíceis demais para seu genro superar.

Suas tarefas incluíram resolver o conflito entre Israel e palestinos, solucionar a epidemia de opioides nos Estados Unidos e injetar espírito empreendedor na burocracia americana.

Kushner é uma figura carimbada ao lado de Trump no Salão Oval ou no Marine One, helicóptero oficial do presidente, mas raramente é ouvido além dos corredores do poder de Washington.

Conservadores mais linha-dura na Casa Branca veem Ivanka e seu marido — que também é empreendedor imobiliário — como um casal “nova-iorquino progressista”, tentando dobrar o volátil presidente à sua forma de pensar.

O porta-voz Sean Spicer anunciou, nesta segunda-feira, que Kushner irá em breve ao Oriente Médio encontrar os líderes israelense, Benjamin Netanyahu, e palestino, Mahmud Abbas.