Cíntia Mariano Dias Cabral teve a sua prisão temporária prorrogada por mais 30 dias, em 14 de junho, sob suspeita de ter envenenado os dois enteados, Bruno Cabral, 16, e Fernanda Cabral, 22. Em entrevista ao programa “RJ2”, da TV Globo, uma filha sua afirmou que ela confessou a autoria do crime.

“Meu irmão me mandou mensagem falando que conversou com ela e ela assumiu (o crime). Ela também assumiu para mim”, disse a jovem, que preferiu não se identificar.

Ao ser questionada sobre o motivo de ter se pronunciado agora, ela afirmou que resolveu conversar com a imprensa após o laudo pericial do Instituto Médico Legal (IML) comprovar que Fernanda morreu por envenenamento. Com base nisso, a polícia deve pedir que a prisão temporária de Cíntia seja convertida em preventiva.

“Eu decidi falar pela Fernanda. Acho que as pessoas têm que pedir por Justiça, que ela pague por tudo que fez.”

Ela ressaltou que, a princípio, não desconfiou que a mãe estivesse envolvida na morte de Fernanda. Mas tudo mudou quando o mesmo episódio aconteceu com Bruno.

“No caso do Bruno, aconteceu o almoço, né? Na hora, ali, a gente não desconfiou, mas achou estranho ela ter pego o prato. Aí eu fui dormir. Acordei com a ligação de que eles estavam no hospital e que o Bruno estava no mesmo estado da Fernanda”, relembrou.

Procurado, o advogado Carlos Augusto dos Santos, que representa Cíntia, informou por meio de nota que ainda não teve conhecimento da entrevista concedida por sua filha. “De qualquer forma, em relação aos depoimentos dessas pessoas, a gente não tem nada a falar. Só temos que acrescentar que a Cíntia não falou nada aos filhos.”

Em relação ao laudo do IML, a defesa argumentou que Fernanda não apresentou sinais de envenenamento. Também ressaltou que não houve registro de substâncias tóxicas. “Com uma simples leitura, percebemos que não foi detectado nenhuma substância tóxica, o que estão fazendo é um malabarismo pericial para buscar algo que não existe, realizando uma espécie de achismo.”

Relembre os casos de envenenamento

No dia 23 de maio, o prontuário médico de Bruno Cabral, internado por suspeita de envenenamento, apontou que ele teve uma “intoxicação exógena”, quando o corpo sofre com alguma substância externa.

O RJ2, da TV Globo, teve acesso ao documento, que diz que ele não possui comorbidades e que deu entrada no Hospital Albert Schweitzer, em 19 de maio, apresentando nível baixo de consciência.

As suspeitas são de que ele e a sua irmã, Fernanda Cabral, tenham sido intoxicados propositalmente pela madrasta, Cíntia Mariano.

Fernanda foi internada em 15 de março com mal-estar e dificuldade para respirar. Ela ficou hospitalizada por 13 dias, mas não resistiu e morreu.