El Salvador impede legislador americano de visitar imigrante deportado ‘por erro’

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Glenn Ivey Foto: REUTERS/Jose Cabezas

O legislador dos Estados Unidos Glenn Ivey disse, nesta segunda-feira (26), que as autoridades de El Salvador o impediram de visitar na prisão o imigrante salvadorenho Kilmar Ábrego García, deportado “por erro” pelo governo de Donald Trump.

Ivey é o sexto político democrata americano a visitar El Salvador com o objetivo de conseguir o retorno aos Estados Unidos de Ábrego, de 29 anos, detido em uma colônia penal em Santa Ana, a 70 km da capital salvadorenha, após ser deportado em março.

“Definitivamente, não pudemos nos reunir com Kilmar. Hoje [segunda-feira], fomos à prisão de Santa Ana e chegamos lá, falamos com as pessoas na porta. Eles não abriram a porta nem nos deixaram entrar”, disse Ivey em entrevista coletiva em San Salvador.

“Disseram que tínhamos que retornar a San Salvador para obter uma permissão para uma visita, o que não faz sentido porque eu já tinha falado com as pessoas encarregadas das admissões na prisão”, acrescentou Ivey.

Segundo o representante do estado de Maryland na Câmara, antes de viajar a El Salvador, ele conversou em Washington com a embaixadora salvadorenha Milena Mayorga sobre sua decisão de visitar Ábrego.

O político democrata acrescentou que pretendia se assegurar de que Ábrego “está bem, discutir seus direitos legais e similares”.

Ivey indicou que se reuniu com líderes de organizações de direitos humanos de El Salvador, mas não conseguiu coordenar nenhum encontro com funcionários do governo de Nayib Bukele, aliado de Trump em sua política de linha-dura contra a migração.

Na entrevista coletiva também estava Chris Newman, advogado da esposa e da mãe de Ábrego, que vivem nos Estados Unidos.

“É a terceira vez que estou aqui em El Salvador. Sigo com a mesma missão, queremos provas de que ele está vivo, não temos nenhuma notícia dele”, disse Newman.

“Queremos acesso ao senhor Ábrego García para que ele possa receber assistência jurídica”, acrescentou.

El Salvador recebeu 288 imigrantes deportados dos Estados Unidos, dentre os quais 252 venezuelanos, que mantém presos em uma instalação de segurança máxima.

O governo Trump reconheceu que a expulsão de Ábrego García ocorreu devido a um “erro administrativo”, mas se recusa a trazê-lo de volta ao afirmar que ele é membro da gangue MS-13, declarada uma organização “terrorista” global por Washington.