A Comissão Eleitoral anunciou nesta segunda-feira (8) que o primeiro turno das eleições presidenciais no Egito será celebrado entre 26 e 28 de março.
Se for o caso de realização de segundo turno, este será celebrado entre 24 e 26 de abril, informou em coletiva de imprensa Lasheen Ibrahim, encarregado da autoridade eleitoral.
Ibrahim informou que a Comissão aceitará os pedidos de candidatura entre 20 e 29 de janeiro.
Por enquanto não há nenhum candidato oficialmente declarado, incluindo o atual presidente Abdel Fatah al Sissi. Este disse recentemente que não se apresentaria a um terceiro mandato em 2022, dando a entender que seria, sim, candidato à reeleição este ano.
O grande adversário de Al Sissi, o ex-primeiro-ministro Ahmed Shafiq, anunciou no domingo que não será candidato.
Outras duas personalidades anunciaram em novembro a intenção de se candidatar. Mas desde então, um deles, o coronel Ahmed Konsowa, foi condenado à prisão. E a candidatura do outro, o famoso advogado de defesa dos direitos humanos, Khaled Ali, é incerta, devido a uma ação judicial ainda em curso de apelação.
A campanha presidencial começará oficialmente em 24 de fevereiro e terminará em 23 de março.
Ibrahim prometeu que o pleito respeitará os princípios de “independência, neutralidade, integridade, transparência, eficácia e profissionalismo” em um Egito comandado com mão-de-ferro pelo regime de Al Sissi.
Ex-chefe de estado-maior conjunto das Forças Armadas, Al Sissi foi eleito presidente em 2014, um ano depois de ter liderado um golpe militar para depor o presidente islamita Mohamed Mursi.
Esta será a terceira eleição presidencial desde a queda do ditador Hosni Mubarak, em 2011.
Há meses, jornalistas e analistas se questionam sobre a falta de concorrentes de Al Sissi, que chegou ao poder há quatro anos com 96,9% de votos em uma eleição sem oposição séria, nem grandes temas de campanha.
Seu regime, que transformou a luta contra o terrorismo em uma prioridade, é criticado regularmente pelas organizações de defesa dos direitos humanos.
No âmbito econômico, o governo empreendeu reformas mais amplas, entre elas a desvalorização e posterior flutuação da libra egípcia, que perdeu metade de seu valor com relação ao dólar.
Estas reformas foram aplaudidas pelos parceiros internacionais do Egito, a começar pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que em 2016 lhe concedeu empréstimos de 12 bilhões de dólares em três anos.
Mas a população se queixa de uma inflação galopante e de cortes drásticos nas subvenções estatais.