CAIRO, 2 JUN (ANSA) – A Justiça do Egito prorrogou em 45 dias a prisão preventiva do pesquisador Patrick Zaki, estudante da Universidade de Bolonha, na Itália, que está detido em seu país de origem há um ano e quatro meses.
A decisão foi confirmada à ANSA pela advogada de Zaki, Hoda Nasrallah. O estudante foi preso em 8 de fevereiro de 2020, após voltar ao Egito para um período de férias, sob a acusação de “propaganda subversiva”.
Além da Universidade de Bolonha, uma das mais prestigiosas da Itália, Zaki é pesquisador da Egyptian Initiative for Personal Rights (EIPR), organização egípcia de defesa dos direitos humanos.
Ele é acusado de publicar “notícias falsas” para “perturbar a paz social” e de ter “incitado protestos contra as autoridades públicas”. Recentemente, o Senado italiano aprovou uma moção para o governo conceder cidadania a Zaki, o que daria mais instrumentos para Roma pressionar o Egito, porém o premiê Mario Draghi ainda não deu sequência ao pedido.
“A enésima renovação [da prisão preventiva] não deixa espaço para dúvidas: sua prisão [de Zaki] é uma perseguição judiciária”, disse a ONG Anistia Internacional no Twitter.
O caso também ganhou bastante destaque na Itália por remeter à morte de Giulio Regeni, pesquisador italiano sequestrado, torturado e assassinado no Cairo em janeiro de 2016.
Regeni frequentava sindicatos clandestinos e contrários ao regime do presidente Abdel Fattah al-Sisi, o que levantou a hipótese de crime político. Em janeiro passado, o Ministério Público de Roma denunciou quatro agentes dos serviços secretos do Egito pela morte do pesquisador. (ANSA).