O Ministério egípcio de Antiguidades e Turismo anunciou, neste sábado (3), que formou um comitê de estudo, após uma polêmica sobre o projeto de reforma da pirâmide de Mycerinus, no planalto de Gizé.

Há uma semana, o diretor de Antiguidades Egípcias, Mostafa Waziri, publicou um vídeo mostrando trabalhadores alinhando blocos de granito na base da pirâmide de Mycerinus, a mais baixa das três famosas pirâmides de Gizé.

A base da pirâmide de Mycerinus era coberta de granito quando foi construída. Com o tempo, perdeu parte do revestimento. O atual projeto pretende restaurar essa camada de granito para devolver ao monumento sua aparência original.

Rapidamente, muitos egípcios, incluindo especialistas no tema, levantaram a voz contra o projeto. Denunciaram um ataque ao patrimônio e pediram à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e às universidades que se mobilizassem.

Na tentativa de acalmar a polêmica, em um país onde o setor turístico representa 10% do Produto Interno Bruto, o ministério anunciou que um “comitê científico de alto nível presidido por Zahi Hawass”, um midiático egiptólogo do país, estudará o projeto de renovação “com especialistas em engenharia e em arqueologia egípcios, americanos, tchecos e alemães”.

A comissão também deve ser responsável pelos “procedimentos necessários para uma coordenação com a Unesco”.

Jornalistas da AFP observaram, no local, que já houve obras na semana passada.

A questão da preservação do patrimônio no Egito – lar da Pirâmide de Quéops, também conhecida como a Grande Pirâmide de Gizé, a única das sete maravilhas da antiguidade ainda visível – é, frequentemente, objeto de debates.

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