Hamas “não tem nenhum papel” no futuro de Gaza, afirmou nesta quinta-feira (2) o chanceler egípcio, Badr Abdelatty, cujo país atua como mediador na guerra entre Israel e o movimento islamista palestino.
“Há um acordo total entre nós, como árabes, como muçulmanos, e até mesmo entre os próprios membros do Hamas. Eles entendem muito bem que não terão nenhum papel no dia seguinte, e isso é um fato”, declarou durante uma conferência em Paris no Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI).
O Hamas não deu nenhuma resposta ao plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para encerrar o conflito, uma proposta que conta com o apoio do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e dos países árabes, começando pelo Catar e Egito (mediadores).
O plano de Trump prevê um cessar-fogo em 72 horas, o desarmamento do Hamas e a retirada progressiva de Israel de Gaza.
“Não vamos dar nenhuma desculpa a uma parte para usar o Hamas como pretexto para esses loucos assassinatos diários de civis”, disse Abdelatty.
“O que está acontecendo vai muito além de 7 de outubro, da vingança. É uma limpeza étnica e um genocídio em curso. Chega”, acrescentou.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que provocou a morte de 1.219 pessoas, em sua maioria civis, segundo uma contagem baseada em números oficiais.
A ofensiva de represália de Israel causou a morte de mais de 66 mil palestinos, a maioria deles civis, segundo números do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. A ONU considera que esses números são confiáveis.
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