CIDADE DA GUATEMALA, 4 JUN (ANSA) – Os efeitos da erupção do Vulcão de Fogo, na Guatemala, são similares aos do vulcão Vesúvio, na Itália, em sua erupção no ano de 79 d.C., a qual devastou e soterrou a cidade de Pompeia, disse à ANSA o vulcanologista Piergiorgio Scarlato, do Instituto Nacional Italiano de Geofísica e Vulcanologia (INGV).   

“O impacto dessa erupção sobre a população é parecida com o de Pompeia”, comentou.   

Segundo o especialista, o Vulcão de Fogo gerou colunas de cinzas e gás de 3km a 4 km, além de fluxo piroclástico, ou seja, uma mistura de gás e material vulcânico.   

“O Vesúvio, na erupção de 79 d.C., produziu uma coluna de gás e cinzas de 20 km a 25 km que, colapsando sobre si mesma, também gerou um fluxo piroclástico parecido com o Vulcão de Fogo”.   

Scarlato explicou que a erupção do Vulcão de Fogo atingiu uma temperatura de ao menos 700ºC, derretendo tudo que “encontrou, das árvores às rochas”. “O fluxo de material vulcânico se locomoveu a uma velocidade de 100 km/h que, ao chegar aos centros urbanos, provoca mortes”, disse.   

Ao menos 25 pessoas morreram e 20 ficaram feridas com a erupção do Vulcão de Fogo, na capital da Guatemala, informaram as autoridades locais na noite de domingo (3). O porta-voz da Coordenação Nacional para a Redução de Desastres (Conred), David de León, disse que ainda não foi possível contabilizar o número de pedidos de resgate, mas que cerca de 3,1 mil pessoas foram evacuadas em vilarejos vizinhos ao vulcão.   

Com 3.763 metros de altura, o vulcão fica entre os departamentos de Escuintla, Chimaltenango e Sacatepéquez. As cinzas negras atingiram 10 mil metros de altura e cobriram as casas de San Pedro Yepocapa e Sangre de Cristo, enquanto uma coluna de fogo de 2,5 km é vista pelos céus. As operações no aeroporto internacional La Aurora, na Cidade da Guatemala, foram encerradas.   

Esta é a segunda erupção do Vulcão de Fogo em 2018, mas é considerada a mais forte desde 1974. Ele é um dos mais ativos da América Central.   

Já o vulcão Vesúvio, localizado perto de Nápoles, no sul da Itália, destruiu toda a cidade de Pompeia, que ficou por quase 1.600 anos soterrada sobre as cinzas da erupção do ano de 79 d.C. (ANSA)