A educadora física Cinthia Schiavini, de 47 anos, sofreu uma parada cardíaca com duração de 16 minutos e conseguiu se recuperar. No dia 13 de julho, a mulher sofreu um mal súbito após atender um aluno na academia onde trabalha, em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo.

Antes de passar mal, Cinthia tinha atendido três alunos, todos médicos. Foram eles que socorreram a educadora em um primeiro momento. “Estávamos em três médicos lá, eu, cardiologista, uma pediatra e um psiquiatra. A irmã dela gritou que ela tinha caído e fomos lá tentar ajudar. Imediatamente vi que a Cinthia teve uma parada cardíaca e já começamos algumas manobras de reanimação até a chegada do socorro”, disse Marcelo Crespo.

A ambulância de um hospital particular foi acionada e logo chegou ao local. Sem encontrar a pulsação de Schiavini, os médicos aplicaram sete ampolas de adrenalina para que o coração voltasse a funcionar. “Os médicos me falaram que depois das adrenalinas e outras manobras, meu pulso voltou e eles me entubaram e levaram para o hospital. Lá, fizeram vários exames para ver o que tinha acontecido. Eu não tenho nenhum problema cardíaco. Os exames não mostraram nada”, contou Cinthia, em entrevista ao UOL.

Schiavini teve o que os médicos costumam chamar de morte súbita. Pietro Dall’Orto, médico especialista em coração, explicou que a morte súbita acontece por alterações na estrutura do coração, que geram curtos circuitos elétricos causadores de arritmias graves, impossibilitando a contração cardíaca.

De acordo com Pietro, nos primeiros cinco minutos em parada cardiorrespiratória, sem as manobras de ressuscitação cardiopulmonar efetivas, as sequelas neurológicas irreversíveis pela falta de oxigenação cerebral, a exemplo de alterações da consciência, distúrbios da fala e diminuição de força acabam aparecendo.

Cinthia ficou quatro dias inconsciente, internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e, ao acordar, já tinha passado por uma cirurgia para a implantação de um dispositivo que funciona como um desfibrilador no coração. “O desfibrilador implantável é capaz de detectar essas arritmias e reiniciar o sistema elétrico cardíaco com o choque, evitando a ocorrência de morte súbita”, afirmou Pietro.

Segundo Cinthia, ela não se lembra do que aconteceu. Como já está em casa, agora ela será submetida a uma bateria de exames para tentar entender o que teria provocado essa morte súbita. “Foi Deus, um milagre. Ninguém sabe explicar como isso foi capaz de acontecer. Eu estou viva e sem nenhuma sequela. Agora é me cuidar. Agradeci aos meus anjos, alunos que me ajudaram, mas ele mesmo disseram ‘agradeça a Deus’. Agora é cuidar e em breve voltar a rotina”, concluiu Schiavini.