18/06/2024 - 11:11
A cada pesquisa, a cada índice, a cada mísero ranking internacional, sejam avaliações meramente sociais ou econômicas, ou ainda setoriais, com raríssimas exceções o Brasil amarga, frequente e repetidamente, nas piores colocações.
Dois destes indicadores foram publicados hoje: um relatório do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) mediu o pensamento criativo de jovens de até 15 anos, e ficamos em 49º lugar entre 64 nações avaliadas.
Foi a primeira vez que esse ponto foi abordado pelo estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nossos jovens se encontram, hoje, no mesmo nível dos do Peru, da Arábia Saudita e Cazaquistão.
Bastava fazer um bom texto sobre a importância das abelhas, dar sugestões para uma biblioteca mais acessível a pessoas com deficiência e desenhar um hipotético diálogo entre a Terra e o Sol, que em formato de “quadrinhos”, mas fomos um fiasco.
No mesmo Pisa, quando se mede a proficiência em Português e a capacidade em Matemática, os estudantes brasileiros também figuram entre os últimos colocados – 65º lugar entre 81 países.
Já no ranking de Competitividade Global, do Instituto Internacional de Desenvolvimento Gerencial (IMD), ficamos em 62º lugar em 67 nações – a mais baixa dos últimos anos – a apenas cinco posições do último colocado (Venezuela).
O principal motivo da piora foram as quedas observadas em Eficiência Governamental e Infraestrutura Geral. Em 2020, o Brasil conseguiu sua melhor posição: 56º. De lá para cá, caímos sucessivamente, sem parar.
Os dez países menos competitivos são: Bulgária, Eslováquia, África do Sul, Mongólia, Brasil, Peru, Nigéria, Gana, Argentina e Venezuela. Lembrando que apenas o Brasil figura, dentre estes, nas dez maiores economias do planeta.
Para quem gosta de correlações e um mínimo de racionalidade: cruzando estes dois resultados (Competitividade e Educação), encontramos um trabalhador brasileiro produzindo, em média, apenas 25% de um americano.
Não à toa o salário mínimo nos EUA ser de 7 a 17 dólares por hora (a depender do estado), enquanto, no Brasil, ser de meros 260 dólares mensais. Ou seja, a desigualdade social está diretamente ligada à precariedade da Educação.
Mas, segundo o presidente Lula, a culpa é dos super ricos, do Mercado e do presidente do Banco Central, e não do Estado brasileiro, que suga quase 35% de tudo o que a iniciativa privada produz e devolve muito pouco, ou quase nada.
Sem falar, é claro, na qualidade dos nossos parlamentares. Enquanto o mundo discute Inteligência Artificial e Clima, discutimos taxação de bugingangas chinesas e aumento de pena para crianças estupradas.