Nesta semana, Eduardo Suplicy revelou ter sido diagnosticado com a Doença de Parkinson em estágio inicial. O político recebeu a informação no final do ano passado quando começaram a aparecer os primeiros sinais do problema e passou a fazer o tratamento por meio de medicamentos à base de cannabis. No Brasil, cerca de 200 mil pessoas sofrem com a enfermidade conhecida por causar tremores, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

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Resumo:

  • Suplicy participou nesta terça-feira, 19, de audiência na Câmara para regulamentar a produção de cannabis medicinal;
  • Especialista explica que primeiros sintomas de Parkinson são a rigidez, lentidão e tremor no repouso;
  • Medicamentos à base de cannabis ainda não estão disponíveis no SUS.

Suplicy declarou em entrevista à Folha de São Paulo que estava com certos tremores nas mãos na hora de suas refeições. “Eu não me dei conta de que tinha Parkinson. Só mais tarde é que fui percebendo alguns sintomas.” Há alguns dias, o deputado estadual se reuniu com seus filhos e revelou a intenção de divulgar seu diagnóstico.

O neurologista André Carvalho Felício explica que o Parkinson começa com sintomas inespecíficos, como o intestino preso e a diminuição do olfato. “Os sintomas específicos que vem uma década depois são a rigidez, a lentidão e o tremor no repouso.” O especialista também cita que um indicativo da doença passa despercebido é a dor no ombro e nas pernas.

O médico conta que o diagnóstico é essencialmente clínico, onde são utilizados exames de neuroimagem, como a ressonância. André Carvalho Felício alerta também sobre o que seria um diagnóstico confuso. “A Doença de Parkinson é degenerativa e existem outras situações que levam ao tremor que não são dessa natureza e portanto tratadas de outra forma.”

O especialista explica que o tratamento da enfermidade pode ser farmacológico, utilizando remédios que de forma geral aumentam a quantidade de dopamina no cérebro. “Também pode ser usado a fisioterapia e a fonoaudiologia como um recurso terapêutico para tratar a doença.” O médico comenta que o tratamento cirúrgico teve uma revolução nas últimas décadas, especialmente através da neuroestimulação, o marca passo cerebral.

Eduardo Suplicy revelou estar se tratando por meio do canabidiol e defende que a distribuição do medicamento seja regulamentada no país, onde de acordo com ele, apenas pessoas com boa renda conseguem ter acesso aos remédios. O outro fármaco usado pelo deputado é o Prolopa.

O Dr. André Carvalho Felício explica que o canabidiol é usado como um tratamento coadjuvante, assim como antidepressivos. “Eu acredito no potencial da substância, mas é preciso ficar claro que não existe solução simples para o problema.”

Medicamentos à base da cannabis ainda não estão disponíveis no sistema público de saúde do Brasil e pessoas que não possuem condições de adquirir os remédios geralmente os conseguem em associações terapêuticas. Hoje, Suplicy participou de audiência na Câmara e discutiu a necessidade de leis que buscam viabilizar a produção de fármacos feitos a partir da planta da Cannabis.

*estagiário sob supervisão