O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), escolheu Eduardo Cavaliere, deputado estadual e seu colega de partido, para ser seu candidato a vice na disputa pela reeleição, em outubro. A informação foi confirmada pela campanha de Paes ao site IstoÉ.

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“Um jovem político que, desde cedo, demonstra seu comprometimento com o Rio. Tenho certeza de que Cavaliere, que já ocupou com excelência os cargos de Secretário do Meio Ambiente e Chefe da Casa Civil na prefeitura [ambos na atual gestão], reúne todas as qualidades para dividir comigo a missão de governar a cidade”, disse o prefeito, em nota.

Quem é Eduardo Cavaliere

O político de 29 anos é formou em direito pela FGV-RJ (Fundação Getulio Vargas) e trabalhou como ajudante de ordens na campanha de Paes ao governo do Rio, em 2018 — ele foi derrotado por Wilson Witzel (então no PSC).

Cavaliere não tardou a ganhar a confiança do pessedista e ingressar em seu grupo de aliados mais próximos. Esteve com ele nas eleições de 2020 e, no novo mandato de Paes, logo se tornou secretário de Meio Ambiente da cidade.

Em 2022, com o apoio do “padrinho”, foi eleito deputado estadual com 33,6 mil votos, mas se licenciou do mandato para assumir uma das pastas mais importantes da gestão municipal: a Casa Civil. Ficou no cargo até junho deste ano, quando foi exonerado para poder participar das eleições de outubro.

A briga pela composição

A vaga na chapa de Paes foi alvo de uma das principais disputas da política fluminense nos últimos meses.

Atual vice, Nilton Caldeira (PL) está rompido com o superior desde 2022 e integra um partido que tem candidato próprio à prefeitura — o deputado bolsonarista Alexandre Ramagem.

Da ruptura surgiu o PT, que abriu mão de lançar concorrência na capital após Paes ter apoiado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições passadas, e passou a reivindicar a vaga.

A ex-secretária Tainá de Paula — sucessora de Cavaliere na secretaria de Meio Ambiente — e o ex-deputado André Ceciliano foram alguns dos cotados, e o próprio Lula cobrou espaço ao petismo na chapa. Por fim, a legenda definiu apoio à reeleição do prefeito sem fazer exigências nesse sentido.

Isso ocorreu porque, na negociação com o PT e outras siglas aliados (como o PDT) Paes se mostrou convicto de ter um aliado mais próximo como seu nº 2 na corrida. Entre as justificativas mencionadas por analistas, estão a vantagem eleitoral demonstrada por pesquisas e a possibilidade de que ele volte a ser candidato ao governo do estado, em 2026 — se for, deverá renunciar à prefeitura e deixar a cadeira com o vice.

Da convicção, o deputado federal Pedro Paulo (PSD) despontou. Amigo e aliado de Paes há 30 anos, o parlamentar foi seu secretário da Fazenda e Planejamento e, em 2016, ungido como seu sucessor, quando o prefeito não podia concorrer a outro mandato — com 16% dos votos, Pedro Paulo não chegou ao segundo turno.

Mas a suposta existência de um vídeo íntimo do favorito o fez informar ao prefeito que não estava à disposição para o cargo, dada a possibilidade de que o suposto conteúdo viesse à tona e fosse explorado por adversários na campanha.

A escolha do vice ficou com outro aliado, mas não deixou Pedro Paulo sem um gesto político do prefeito. Na mesma nota em que anunciou Cavaliere, Paes chamou o parlamentar de “gestor preparado” e um dos “excelentes nomes” que o PSD tinha para a vaga. “Decidiu preservar a família da possível exploração de episódios pessoais que nada têm a ver com o debate da cidade. Sua atitude – de colocar a família em primeiro lugar – faz crescer ainda mais a minha admiração e o meu respeito por ele”, concluiu.