Em prisão domiciliar desde março do ano passado, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que se “estivesse no poder” apoiaria o presidente Jair Bolsonaro. Na entrevista sobre seu livro “Tchau, Querida: O Diário do Impeachment”, sobre o processo contra Dilma Rousseff, o ex-deputado disse ainda que “qualquer opção é melhor que a volta do PT”.

“Minha avaliação sobre Bolsonaro está de forma superficial, em cima de fatos concretos. Relato a sabotagem de Rodrigo Maia [presidente da Câmara entre 2019 e 2020] ao governo e o fato de que Bolsonaro sofre uma perseguição implacável de quase a totalidade da mídia. Quem elegeu Bolsonaro porque não queria a volta do PT tem a obrigação de dar a governabilidade a ele”, avalia Cunha.

De acordo com o ex-parlamentar, se ainda estivesse no poder, mesmo com eventuais críticas a Bolsonaro, ele estaria sempre na posição oposta ao PT.

“É preciso ter em conta que vivemos em uma dupla opção, entre o PT e o anti-PT. Nunca existiu terceira via em todas as eleições desde 1989 e não existirá na próxima. Não vejo ninguém para isso. Entre Bolsonaro e o PT, não tenho a menor dúvida de ficar com Bolsonaro. Qualquer opção é melhor que a volta do PT”, afirmou o ex-deputado.

Eduardo Cunha foi preso em 2016 na Operação Lava Jato, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, e depois condenado a mais de 14 anos de prisão. Ele ficou até 2019 em Curitiba, quando foi transferido para Bangu 8.

Em março de 2020, Cunha teve a prisão preventiva substituída por prisão domiciliar por conta da pandemia do coronavírus. A decisão foi da juíza substituta da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, Gabriela Hardt.