O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ignorou a tentativa de Tarcísio de Freitas (Republicanos) de colocar panos quentes no embate sobre o envolvimento do governador nas negociações sobre o tarifaço de Trump e voltou a atacá-lo.
“Prezado governador, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas como, para você, a subserviência servil as elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda“, publicou o filho do ex-presidente em sua conta no X nesta terça-feira, 15.
Na segunda-feira, 14, em entrevista à CNN, Tarcísio de Freitas tergiversou ao ser perguntado sobre o incômodo de Eduardo Bolsonaro com a participação do governador no imbróglio do tarifaço.
“Sem problemas. Neste momento, estou olhando para São Paulo, para o seu setor industrial, para sua indústria aeronáutica, de máquinas e equipamentos, para o nosso agronegócio, para nossos empreendedores e trabalhadores”, respondeu Tarcísio.
O embate público começou na segunda-feira quando, em entrevista à Folha de S.Paulo, Eduardo disse ter provado ser mais efetivo que o próprio Itamaraty nas negociações. “O filho do presidente, exilado nos Estados Unidos, queria buscar uma alternativa lateral. É um desrespeito comigo. Mas eu não estou buscando convencimento da população, eu estou buscando pressionar o [ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de] Moraes”, completou.
O deputado licenciado ainda afirmou que não se arrepende da pressão que fez por retaliações contra o Brasil nos EUA, mesmo que isso possa favorecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2026. “Acho que está muito acertado. E, no final, quando a gente sair vitorioso, as pessoas vão se dar conta disso”.
Tarcísio senta com empresários
Nesta terça-feira, Tarcísio se reúne no Palácio dos Bandeirantes com o encarregado de negócios dos EUA e empresários de setores impactados pela sobretaxa imposta por Trump.
A reunião ocorrerá quase simultaneamente a um encontro em Brasília, organizado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSB), com representantes do setor empresarial.