MUMBAI (Reuters) – A Associação dos Editores da Índia está profundamente irritada com a decisão do governo de policiar as notícias divulgadas nas mídias sociais por meio de uma unidade autonomeada de checagem de fatos, disse o órgão nesta sexta-feira, descrevendo as novas regras como draconianas e semelhantes à censura.

As emendas às regras de tecnologia da informação do país tornam obrigatório nas plataformas “não publicar, compartilhar ou hospedar informações falsas ou enganosas” sobre o governo.

A administração do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, já travou diversas brigas com plataformas de mídia social após não atenderem às exigências de que certos conteúdos ou contas fossem retirados por supostamente espalharem desinformação.

O governo indiano anunciou na quinta-feira que nomearia uma equipe de verificação de notícias para identificar informações falsas ou enganosas, mas a Associação dos Editores questionou o mecanismo estatal, seus amplos poderes para determinar notícias falsas e clamou pelo direito de apelar nesses casos.

“Tudo isso vai contra os princípios da justiça natural e é semelhante à censura”, disse o órgão em um comunicado.

“A notificação do ministério de tais regras draconianas é, portanto, lamentável. A Associação novamente pede ao ministério que volte atrás e conduza consultas com organizações de mídia e órgãos de imprensa.”

(Por Sudipto Ganguly e Shivam Patel)

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