
Somos reféns do marketing mentiroso de Bolsonaro
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Ver maisAo longo de 2020, ano aziago na história da humanidade, ela esteve lá, olhando e perversamente escolhendo. Até meados de dezembro, contávamos 1.652.906 mortos em todo o mundo. E contávamos covas entre o medo e o medo, entre o pânico e o pânico, entre o sobressalto e o sobressalto. O ano escorreu no tempo. E escorreu de nossos olhos
Diante da trágica e surpreendente realidade de uma doença desconhecida, travou-se em todo o mundo uma desesperada batalha: vírus versus vida. Médicos e enfermeiros passaram a viver dia e noite em hospitais e UTIs juntamente com os doentes
Convencido de que tem mesmo um histórico de atleta (só rindo), Bolsonaro tentou subir rápido demais uma das rampas internas do Palácio do Planalto, tropeçou e se desequilibrou — desequilíbrio, aliás, que não se dá apenas no campo da ortopedia
Com poder destrutivo avassalador, o novo coronavírus forçou as pessoas a esvaziarem as ruas e se trancarem em casa, transformou cidades extremamente movimentadas em fúnebres desertos e modificou em todo planeta as relações sociais e profissionais
Em plena pandemia, a ignorância e arrogância da supremacia branca e do preconceito racial ainda encontraram espaço para assassinar negros
A começar por Jair Bolsonaro, alguns deles dificultaram a prevenção, espalharam mentiras sobre a cura e mostraram-se cruéis em suas declarações sobre o número de óbitos
O descaso do governo federal com o meio ambiente tornou-se política de Estado. Grande parte do Pantanal e da Amazônia foi devastada pelo fogo
A eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado deverá pautar o cenário para a sucessão em 2022: se Bolsonaro for derrotado na escolha da direção do Congresso, como tudo indica, o grupo de oposição ao governo fortalecerá o projeto para derrotar a extrema direita
A vacina não é um alvará de soltura, nem um atestado de libertação completa, como bem disse a pneumologista Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Longe disso. Mas ela pode ajudar o planeta a ficar muito mais feliz e saudável do que foi em 2020. A chegada de imunizantes contra o coronavírus é o grande fato a ser comemorado no ano que se aproxima e uma das poucas esperanças que restam para conter os efeitos nefastos da pandemia em curto e médio prazo. Sua mera existência diminui o medo da morte e oferece um porto seguro onde se ancorar. A vacina começou a ser distribuída em vários países neste mês e já mostra benefícios, pelo menos na expectativa da população mais vulnerável. Na penúltima semana do ano, cerca de dois milhões de pessoas tinham sido imunizadas no mundo. No Reino Unido, são 200 mil até agora, sem notificação de efeitos adversos graves.
Depois de uma injeção de recursos de quase 30% do PIB mundial, as nações começam a se recuperar. Há alívio com a chegada da vacina, apesar de o excesso de liquidez inspirar cautela. No Brasil, o auxílio emergencial ajudou a conter o desastre social e o tombo ainda maior do PIB (previsto em -4,4%). Mas a retomada está prejudicada pela indefinição nas reformas e falta de rumo do governo Bolsonaro, que encerra mais uma década perdida para o País, a de menor crescimento desde o início no século XX (0,2% entre 2011 e 2020). A forma como o presidente lidará com o fim do auxílio e a explosão do déficit (a caminho de 100% do PIB) determinará o futuro da economia.
Os problemas no setor não vêm de hoje, mas a pandemia acelerou um processo de transformação na indústria cinematográfica que começou com o streaming e pode levar ao fim das salas de projeção
Depois do pesadelo que foi 2020 para a indústria cultural, artistas, produtores e profissionais do setor apostam todas as fichas na vacina para que a vida “ao vivo” possa voltar no segundo semestre e salvar 2021