O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, nomeou para o cargo de primeiro-ministro o economista Mohammad Mustafá, após a demissão, em 26 de fevereiro, do chefe de governo anterior, anunciou a agência oficial Wafa nesta quinta-feira (14).

Mustafá, de 69 anos, presidiu o Fundo de Investimentos para a Palestina (PIF), é conselheiro econômico de Abbas e ocupou altos cargos no Banco Mundial e em Washington por 15 anos.

Ele estudou na Universidade George Washington, nos Estados Unidos, e é membro independente do comitê executivo da Organização para a Libertação da Palestina, dominada pelo movimento Fatah, de Abbas.

Mustafá assume as funções em plena guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.

No fim de fevereiro, o premiê Mohammed Shtayyeh apresentou a demissão de seu governo, alegando a necessidade de uma nova política, levando em conta “a nova realidade na Faixa de Gaza” e a “necessidade urgente de um consenso interpalestino”.

Depois de disputas fratricidas em junho de 2007, a liderança palestina se dividiu entre a Autoridade Palestina, de Abbas, que exerce um poder limitado na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967, enquanto o Hamas está no poder na Faixa de Gaza, devastada pela guerra.

Nos últimos meses, muitos palestinos têm criticado o presidente Abbas, de 88 anos, eleito pela última vez em 2005, por sua “impotência” frente aos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza.

A questão do papel da Autoridade Palestina no pós-guerra é uma grande dúvida, em vista de sua influência limitada e da recusa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em aceitar um futuro Estado palestino.

A guerra foi provocada pelo ataque sem precedentes de 7 de outubro em território israelense, lançado por comandos do Hamas infiltrados a partir de Gaza, que resultou na morte de pelo menos 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP feito com base em dados oficiais israelenses.

Em represália, Israel jurou eliminar o Hamas e lançou uma vasta ofensiva militar na Faixa de Gaza, que deixou mais de 31.300 mortos, a grande maioria civis, desde 7 de outubro, segundo o balanço mais recente do Ministério da Saúde do Hamas.

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