A economia da Rússia cresceu 4,1% em 2024 e o resultado de 2023 foi revisado para cima, alcançando o mesmo nível, anunciou o primeiro-ministro, Mikhail Mishustin, nesta sexta-feira (7), destacando os méritos desse crescimento econômico impulsionado pelos gastos militares.
“Isso supera as expectativas”, disse Mishustin durante uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, transmitida pelo Kremlin.
“Isso se deve principalmente ao crescimento intensivo da indústria de manufatura”, acrescentou Mishustin, comentando os resultados.
O crescimento do PIB em 2023, inicialmente definido em 3,6%, foi revisado para cima, para 4,1%.
Os anos de 2023 e 2024 marcam o maior crescimento desde 2021 e a recuperação da atividade pós-covid. O ano de 2022 foi marcado por uma recessão devido à ofensiva contra a Ucrânia.
O horizonte de 2025 deve ser menos otimista, com previsão de baixo crescimento e alta inflação.
Nos últimos três anos, o esforço de guerra se tornou o principal motor da economia russa, altamente dependente de investimentos ligados ao complexo militar-industrial.
Em 2024, o orçamento de defesa e segurança da Rússia foi de 8,7% do PIB, segundo o presidente Vladimir Putin, a primeira vez desde o fim da União Soviética em 1991.
A economia russa enfrenta uma escassez de mão de obra, já que milhares de pessoas foram enviadas para a guerra ou fugiram do país. Também está sob uma inflação alta, que deve chegar a 9,5% em 2024.
A imprensa russa destacou recentemente o aumento do preço da manteiga (+36%) e do óleo de girassol.
A questão continua politicamente sensível em um país que ainda se lembra da inflação dramática da década de 1990, e o primeiro-ministro reconheceu que “está claro que o principal desafio é a inflação” neste momento.
Para combatê-la, o Banco Central da Rússia (CBR) subiu sua taxa básica de juros para 21%, um recorde desde 2023, o que encarece e desacelera os investimentos.
Um estudo realizado por especialistas do BCR publicado esta semana prevê um crescimento de cerca de 1,6% neste ano.
As sanções ocidentais levantaram temores de sérios problemas para a economia russa, que, desde que Vladimir Putin chegou ao poder, dependia fortemente da receita das vendas de hidrocarbonetos e da abertura ao mercado europeu.
Em retaliação à ofensiva na Ucrânia, os países europeus reduziram drasticamente suas compras de gás russo, mas Moscou conseguiu obter novas receitas direcionando suas exportações para países asiáticos, especialmente China e Índia.
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