Observadores do céu no hemisfério ocidental foram convocados para um “encontro” astronômico neste sábado (14): um eclipse anular do Sol que vai permitir observar um “anel de fogo” ao longo do continente americano.

Isto acontece quando a Lua se posiciona entre o Sol e a Terra no ponto mais afastado de sua órbita em torno de nosso planeta. Dado que está tão distante, não cobre por completo o Sol, o que cria um efeito de “anel de fogo” laranja.

Nos Estados Unidos, o “caminho da anularidade” mais chamativo atravessará um punhado de grandes cidades e poderá ser observado em oito estados, como Califórnia, Nevada, Utah, Arizona, Colorado e Novo México.

Será visível a partir das 9h15 locais (13h15 em Brasília) no estado do Oregon e cruzará o céu dos Estados Unidos até aparecer por volta das 11h50 locais (13h50 em Brasília) sobre o sul do Texas.

Fases parciais do eclipse devem durar uma ou duas horas, antes e depois.

O fenômeno ficará visível por entre 30 segundos e cinco minutos, em função do lugar de observação. Não obstante, a Nasa pede que as pessoas tomem medidas preventivas e utilizem lentes de visão solar, nunca lentes de sol regulares, para preservar sua visão.

“NÃO olhe para o Sol através de uma lente de câmara, telescópio, binóculos, ou qualquer outro dispositivo ótico e use lentes para eclipses ou um visor solar portátil. Os raios solares concentrados podem queimar através do filtro e causar sérias lesões oculares”, advertiu a agência espacial americana.

Nos Estados Unidos, “mais de 6,5 milhões de pessoas vivem sob o trajeto do eclipse”, disse Alex Lockwood, da Nasa, em coletiva de imprensa.

Na sequência, o eclipse atravessará o México e a América Central, para depois chegar à América do Sul, passando por Colômbia e o norte do Brasil antes de terminar ao entardecer no Oceano Atlântico.

Para aqueles sem tanta sorte de estarem em algum ponto do trajeto do fenômeno astronômico, a Nasa também vai fazer uma transmissão ao vivo pelo site nasa.gov/nasatv/ a partir das 12h30 (horário de Brasília) de Albuquerque, Novo México, bem como Carville, Texas, e Arenas Blancas, também no Novo México.

– Foguetes –

O evento também serve de aperitivo para um eclipse total que vai acontecer em abril de 2024.

Ambos os eclipses serão “absolutamente impressionantes para a ciência”, disse Madhulika Guhathakurta, cientista do programa de heliofísica da Nasa.

Os eclipses solares têm efeito notório na atmosfera superior, assim como na ionosfera, que está cheia de partículas carregadas e é responsável por refletir e refratar as ondas radiais.

“Apesar de os efeitos atmosféricos dos eclipses solares terem sido estudados por mais de 50 anos, ainda há muitas perguntas sem resposta”, comentou Guhathakurta.

Para estudar esses efeitos, a Nasa vai lançar três foguetes do Campo de Mísseis de Arenas Blancas, no Novo México, para coletar informação dos campos elétrico e magnético, a densidade de elétrons e a temperatura.

Um eclipse total foi registrado em 2017 nos Estados Unidos. Depois do eclipse total de abril do ano que vem, o próximo ocorrerá apenas em 2044, enquanto um novo eclipse anular está previsto para 2046.

Outro eclipse total também será visível da Espanha, em agosto de 2026.

O Sol é cerca de 400 vezes maior do que a Lua, mas também está a uma distância 400 vezes maior do nosso planeta. Por isso, os dois astros parecem ter um tamanho similar quando observados da Terra.

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