É uma perseguição política, diz Zema sobre convocação à CPMI do INSS

Governador de MG foi convocado após investigação apontar participação de empresa familiar em descontos do Auxílio Brasil, além no fornecimento de consignados para aposentados e pensionistas do INSS

Romeu Zema
Romeu Zema, governador de Minas Gerais, em entrevista à IstoÉ Foto: Ana Nobre/ISTOÉ

Convocado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), rebateu as acusações apontadas pelos deputados e senadores e disse se tratar de uma “perseguição política”. À IstoÉ, Zema garantiu que irá prestar depoimento e comprovará que não participou de desvios de valores de aposentados.

O mineiro foi convocado após a comissão aprovar um requerimento do deputado Rogério Correia (PT-MG), oposicionista de Zema. A convocação foi confirmada após a Zema Financeira, empresa da família do governador, ser apontada como credenciada para descontos direto do Auxílio Brasil. A financeira também tinha autorização para a concessão de consignados para aposentados e pensionistas do INSS.

Romeu Zema rebateu as afirmações da CPMI e disse que tem demonstrações auditadas publicamente. De acordo com ele, a comissão deveria direcionar suas investigações contra outros grandes bancos do país e classificou a convocação como uma tentativa de o atingir politicamente.

“Por não encontrarem falhas em meu governo, passaram a investigar minha vida empresarial. O banco associado também segue todas as regulamentações do Banco Central e tem demonstrações auditadas publicamente. Se há questionamentos sobre operações de consignado, que fiscalizem todos os bancos do país com o mesmo rigor. Não temo essas ações, pois são claramente políticas”, afirmou.

Zema afirma não ter a maioria das ações e que nunca participou da administração direta das empresas. Mesmo assim, garantiu que irá prestar depoimento. “Sou acionista minoritário e nunca atuei como administrador dessas empresas. Profissionais qualificados conduzem as operações em total conformidade. Se convocado, apresentarei todos os documentos, pois é uma perseguição infundada que não encontrará irregularidades”, ressaltou.

Ainda não há uma data agendada para a realização da oitiva com o governador. A tendência é que o depoimento seja marcado para fevereiro do próximo ano, quando os trabalhos no Legislativo serão retomados.