A Anitta com milhões de seguidores no Instagram, estátua em museu de cera, música no topo dos pódios e carreira internacional indo de vento em popa é diferente da Larissa que veio de Honório Gurgel. “É um escudo, sou bem diferente na vida real. Quando estou de Larissa, sou bem ao contrário. Precisei criar essa capa que faz, que acontece, que fala. E que fala muitas vezes mais do que eu realmente faço, justamente para provocar a sociedade a conversar sobre o assunto”, disse a cantora em entrevista à Vogue, publicada nesta segunda-feira (20).

Além de muitos fãs, a artista tem uma legião de haters para criticar todos os passos ou deslizes que ela dá. “Não tem que generalizar tudo que se fala. Tudo vira um problema. As pessoas têm que ser um pouco mais leves na hora de interpretar algumas situações”, ponderou.

Hoje em dia, Anitta levanta bandeiras políticas, pautas LGBTQIAP+ e se considera feminista. “Eu achava que esse papo de ser mais difícil para a mulher não existia. Não tive uma criação com diferenças, para mim tudo era uma coisa só”, relembrou. “Comecei a entender que o racismo existe, que o machismo existe, a homofobia existe. Eu quero lutar contra isso”, afirmou.

“Me vejo na centro-esquerda. Acredito que o Estado tem um papel social fundamental num país ainda tão desigual como o Brasil. Investimentos em saúde e educação, por exemplo, são imprescindíveis. Acredito também em um ambiente de liberdade em que as pessoas possam não só se expressar e viver da forma como desejam, mas empreender sem entraves desnecessários. E, claro, estou distante de qualquer proposta autoritária, seja ela de esquerda ou de direita”, acrescentou ela.