Machismo, importunação sexual, assédio. Preconceitos. Crimes com tipificação penal. Está tudo exposto no menu do dia, da semana, do mês. Está em todas as emissoras, em todos os países.

Você já se perguntou por que programas de puro entretenimento, como o BBB23, considerados até superficiais pelos próprios colegas de emissora (recupere aqui a fala de Alinne Moraes), estão escancarando tudo isso? E, foi além, questionando por que o público está, em geral, apoiando através do voto de eliminação dos envolvidos (resgate aqui a saída de Arturo, do “La Casa de Los Famosos”)?

Marketing? Sim, com certeza.

Não é segredo nenhum que grandes marcas, patrocinadoras do reality da Globo, tiveram um peso na decisão de eliminar MC Guimê e Cara de Sapato da atração (reveja momento). Se não diretamente, pelo menos por meio das inúmeras manifestações nas redes de potenciais clientes ávidos por consequencias para os acontecimentos (clique aqui para refrescar a mente).

Até Anitta, que está mais, digamos, polida nas redes, manifestou-se (e foi categórica) ao expor como tudo aquilo estava fazendo Lexa, a mulher do cantor, sofrer (veja um dos inúmeros desabafos).

Pegou bem para as marcas apoiadoras, e para a emissora também, óbvio. Deu audiência e melhorou a visibilidade dos produtos anunciados.

Mas, o que de fato aconteceu foi acertar em cheio a sociedade. A repercussão foi tanta, que os assuntos estão, antes dentro dos armários, postos sobre as mesas de almoços em famílias. Homens refletiram, pediram desculpas, passaram a pensar. Mulheres idem.

Dania, depois de dizer que não achava que nada tinha acontecido e esconder seus sentimentos (veja aqui), caiu na real e já compreende melhor pelo que passou (clique aqui).

E, mesmo enquanto os protagonistas das tais cenas baseadas em fatos reais vão “amolecendo”, ainda tem quem acredite que tudo não passou de uma “forçada de barra” dos coadjuvantes e espectadores.

A nova polêmica já está à mesa, sirva-se.

E, para quem tem o cardápio do Pay Per View à disposição, a “nova” velha tônica da vez é o racismo e seus desdobramentos:  Aline Wirley percebeu (perceba também aqui) que existe um “aparthaid orgânico” na casa, um quarto de maioria negra, um gueto.