Apesar da pandemia e de toda a confusão que ela traz, com CPI’s, STF’s, caos político e alguma insegurança jurídica, a natureza da nação brasileira fala mais forte e o Brasil promete se tornar um dos países com maior aceleração econômica na retoma pós Covid-19.

Em 2020 o Investimento estrangeiro no Brasil caiu 50% e em todo mundo 42%. Esse foi o nível mais baixo das últimas três décadas. Mas este ano (2021) o Brasil, apesar da incerteza política e da desastrada estratégia de comunicação nacional, apresenta indicadores económicos surpreendentes.

Este ano fluxo cambial deve atingir o maior nível desde o superciclo das commodities em 2011 e segundo especialistas o movimento deve impulsionar o real por meio de uma forte entrada de dólares no Brasil.

O robusto desempenho do setor exportador, aliado à alta da taxa do Selic e à inesperada recuperação da atração de investimentos estrangeiros, tanto diretos quanto em carteira e impulsionados pelo programa de privatizações, estão na origem da mudança.

Um estudo feito pelo gestor de moedas do ASA Hedge Multimercado mostra mesmo que num cenário conservador esse número pode chegar a 45 bilhões de dólares. Caso o cenário se confirme, este ano também será o melhor desde 2011, onde houve uma entrada recorde de 65 bilhões de dólares americanos.

Tudo se torna ainda mais significativo e extraordinário quando sabemos que o histórico recente do fluxo cambial brasileiro não registra um resultado anual positivo desde 2017. Inclusive em 2019 e 2020 a saída de dólares do Brasil foi intensa: respetivamente 44 e 28 bilhões de dólares.

Em um momento em que os preços das commodities — soja, açúcar, milho, petróleo, minério e outros de que o Brasil é um dos principais produtores mundiais — voltam a bater recordes, inúmeras casas financeiras revisam para cima suas projeções sobre a balança comercial e o balanço de transações corrente.

Durante anos, analistas de mercado e investidores estrangeiros insistiram que a aprovação de reformas estruturais seria vital para que o país entrasse em uma trajetória de crescimento semelhante à de outros emergentes, como Índia e China, e neste governo essa tese ganhou peso com um nome: Paulo Guedes.

Se as duas reformas com maior expectativa de serem votadas neste ano — a tributária e a administrativa — derem certo e o investimento estrangeiro continuar aumentando as perspecttivas de crescimento de longo prazo são muito animadoras.

O maior problema é nenhuma delas ter impacto imediato na economia o que faz que o maior desafio do presente seja evitar que os políticos coloquem a dívida pública fora de controle.