É ‘quase inevitável’ ultrapassar 1,5°C de aquecimento global (chefe do IPCC)

É “quase inevitável” que o aquecimento global ultrapasse a marca crucial de 1,5°C em comparação com a era pré-industrial, pelo menos temporariamente, alertou nesta segunda-feira (10) o chefe do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) na COP30, em Belém do Pará.

“Agora é quase inevitável que o aquecimento global ultrapasse 1,5°C no curto prazo, e isso se deve inequivocamente à ação climática insuficiente nos últimos anos e ao consequente aumento contínuo das emissões de gases de efeito estufa”, disse Jim Skea, líder do painel de especialistas da ONU, em uma mensagem de vídeo.

“Ainda é possível limitar o aquecimento global a 1,5ºC até o final do século”, afirmou, embora isso exija uma redução imediata e acentuada das emissões que causam o aquecimento e a remoção de dióxido de carbono da atmosfera, algo que ainda não foi testado em grande escala.

Os cientistas alertam sobre o perigo de cada décimo de grau de aquecimento acima de 1,5°C. As mudanças climáticas tornam os fenômenos meteorológicos, como chuvas, secas, tempestades e ondas de calor, mais intensos, representando uma ameaça para os ecossistemas e a própria vida humana.

O Acordo de Paris de 2015 tem como objetivo limitar o aquecimento “bem abaixo” de 2°C e manter os esforços para contê-lo em 1,5°C, em comparação com o período pré-industrial.

A temperatura média do planeta já aumentou 1,4°C, segundo o observatório europeu Copernicus.

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