É possível entregar artérias das Rotas de Integração Sul-Americana até 2026, diz Tebet

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse nesta terça-feira, 2, que será possível entregar, ainda que parcialmente, quatro das cinco Rotas de Integração Sul-Americana até 2026. “Vamos gerar bons frutos a partir de 2026, mas é um projeto de décadas”, afirmou durante reunião das comissões de infraestrutura e de desenvolvimento regional e turismo do Senado.

A ministra afirmou que a prioridade atual é a entrega de “artérias”, trechos que permitirão o início do escoamento de cargas pelos países vizinhos, não sendo, o que deixou de ser, nas palavras de Tebet, “utopia como era há 30 anos”. A ministra disse que, quando houver a consolidação da integração, “ninguém vai conseguir competir com o Brasil”, estimando redução dos custos de exportações.

Na apresentação, a ministra apontou avanços sobre as rotas, sendo elas: Ilha das Guianas, Amazônica e Quadrante Rondon, que abrangem áreas da Amazônia Legal; além de Bioceânica de Capricórnio e Porto Alegre-Coquimbo, no centro-sul do País. “É um projeto de integração inacabado. Só terminará quando passarmos por todos os Estados de fronteira”, disse ao defender ainda ser possível incluir demandas.

O financiamento das obras está dividido entre parte prevista no Novo PAC e financiamento de U$ 10 bilhões de bancos e fundos regionais (BID, CAF e FONPLATA), incluindo U$ 3 bilhões do BNDES. “Não será necessário expandir gastos públicos”, disse Tebet. Sobre a parte a ser financiada pelo BNDES, a ministra destacou que os recursos serão para financiar obras “porta adentro”, voltados a Estados e municípios.

Rotas

Sobre a Rota das Guianas, disse que a restauração da BR-174, que conecta Roraima ao resto do Brasil, e à Venezuela, é necessária, mas já está trafegável. Para viabilizar a inauguração parcial, segundo a ministra, resta a construção do Linhão de Tucuruí, para conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional, obra que Tebet estimou ser possível entregar no ano que vem. Do lado da Guiana, a estimativa é de entrega de obras em três anos.

Para a Rota Amazônica, destacou que será possível a entrega parcial após obras de dragagem no Rio Solimões, que já contam com ordem de serviço, além da implementação de sinalização. “Fora isso, o que precisa, e temos orçamento, é a instalação de uma alfândega”, disse a ministra, que previu a inauguração durante a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA), em novembro do ano que vem.

A terceira rota que a ministra estima ser possível inaugurar parcialmente até 2026 é a Quadrante Rondon. “Temos duas obras prontas. Com isso, podemos ter parte inaugurada”, disse. Contudo, destacou que a entrega total demandará mais tempo. Compõe a rota, por exemplo, a ponte de Guajará-Mirim, incluída no Novo PAC, que precisará de ao menos dois anos para ser entregue, ao custo estimado de R$ 450 milhões.

Sobre a Rota Bioceânica de Capricórnio, disse que o fundamental é a entrega de duas pontes, uma no Mato Grosso e uma no Paraná, que já estão sendo construídas por Itaipu. “A de Mato Grosso fica pronta no ano que vem”, afirmou. Para a parte de responsabilidade do Paraguai, a estimativa é de entrega até 2026.

Por fim, sobre a Rota Alegre-Coquinho, disse que há dificuldade específica sobre o projeto de dragagem da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, que estava pronto, mas voltou para reformulação após a tragédia causada pelas fortes chuvas que atingiram o Estado recentemente.