Neste domingo, 11, a influenciadora Isabel Veloso anunciou que está à espera do primeiro filho, fruto de seu casamento com Lucas Borba. Um detalhe, no entanto, chamou a atenção de seguidores: Isabel tem Linfoma de Hodgkin — um tipo de câncer — e passa por cuidados paliativos. Em março, ela anunciou que teria apenas mais seis meses de vida.

Ao site IstoÉ Gente, Adriana Scheliga, médica hematologista, oncologista clínica e pesquisadora do Instituto Oncoclínica, explica que, embora seja rara, a gravidez em meio a um câncer agressivo pode acontecer.

“A fertilidade pode ser preservada em algumas mulheres, mesmo após tratamentos oncológicos, e a gravidez pode ocorrer naturalmente ou, em alguns casos, por meio de técnicas de reprodução assistida, se o casal desejar e houver condições para isso”, explica a médica.

No entanto, ela acende um alerta: “A gravidez em uma mulher com um estado de saúde tão frágil apresenta inúmeros riscos, tanto para a mãe quanto para o bebê. O corpo da mãe precisa de uma enorme quantidade de energia e recursos para sustentar uma gravidez, e isso pode agravar o estado de saúde já debilitado”.

Infecções e progressão acelerada da doença estão entre as preocupações elencadas pela especialista, bem como nascimento prematuro ou baixo peso do bebê, devido às limitações físicas da mãe.

“Essa demanda adicional pode exacerbar os sintomas da doença e acelerar a deterioração da saúde. A imunidade já comprometida pode se enfraquecer ainda mais, e a capacidade do corpo de combater o câncer pode ser reduzida”, completa Adriana.

Por isso, a especialista ressalta que, nesses casos, quaisquer decisões devem ser tomadas em conjunto com uma equipe médica especializada.

O que é o Linfoma de Hodgkin

O Linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que afeta o sistema linfático, que é parte do sistema imunológico do corpo. Os sintomas podem incluir inchaço indolor dos linfonodos (gânglios linfáticos), febre, suores noturnos e perda de peso inexplicada.

Segundo Adriana, o diagnóstico envolve exames de imagem, como tomografia, e a biópsia de um linfonodo afetado para confirmar a presença de células neoplásicas características, conhecidas como células de Reed-Sternberg.

Apesar de ser considerada uma doença “altamente tratável e curável”, a condição pode se tornar refratária quando não responde ao tratamento ou retorna após o tratamento inicial. Vale lembrar que, em dezembro de 2023, Isabel foi submetida a um transplante de medula óssea e fez quimioterapia. Apesar de médicos terem considerado que ela havia sido curada, a doença retornou de forma mais agressiva.