Desconheço governo e presidente piores que o atual, salvo, é claro, o da doidivanas estoquista de vento, Dilma Rousseff. Afinal, atirar o País, por três anos seguidos, na pior recessão das últimas décadas, mandando quase 15 milhões de brasileiros para o olho da rua, ao mesmo tempo em que assistia, de camarote, seu padrinho e criador, o corrupto e lavador de dinheiro Lula da Silva, chefiar – segundo o MPF – a maior e mais organizada quadrilha de assalto a cofres públicos que se tem notícia na história democrática mundial, é obra difícil de ser superada, saudando-se ou não a mandioca, hehe.

Bolsonaro e seu governo são péssimos em praticamente tudo. Excetuando-se dois ou três ministros que, de fato, mostram algum trabalho (falo de Tarcísio de Freitas, Tereza Cristina e, vá lá, Paulo Guedes, tadinho), o resto é um ajuntamento de incapazes e lunáticos sem a menor noção do que fazer – e de como fazer. O resultado é um país desgovernado, sem rumo, com as contas em frangalhos, em meio a uma pandemia sem dia nem hora para acabar, entregue ao que há de pior no Congresso Nacional e redes sociais, enxovalhado e isolado no exterior, com um presidente de joelhos rezando para o amigão Queiroz não abrir o bico ou os filhos não se meterem em mais confusão com a Justiça.

Diante de algo assim, como empobrecidos, desempregados, desamparados nos hospitais, endividados até as tampas, assolados pelo vírus e pela violência urbana podem considerar Jair Bolsonaro e seu (des)governo como ótimo ou bom, na razão de 40% do eleitorado? Bem, fora o auxílio emergencial de R$ 600 – medida mais que acertada proposta pelo Congresso, diga-se, e não pelo governo federal -, não enxergo absolutamente nada que justifique tal patamar de aprovação. Ah, sim, é verdade! Não há escândalos de corrupção, e ainda que isso não deva ser considerado como favor ou mérito, diante do passado recente não deixa de ser uma grande novidade.

Bem, falei, falei e até agora não disse nada, eu sei. Mania feia essa minha: fazer uma introdução interminável até “atingir o ponto G da questão” (essa não foi da Dilma, hein! Foi do presidiário temporariamente em liberdade). É o seguinte: ontem, quinta-feira (29), em suas irresponsáveis andanças sem máscara e causando aglomerações por aí, o maridão da Micheque – ops! Michelle – ao tomar um refrigerante cor de rosa mandou mais uma de suas piadas de menino bobo da 5a série: “Virei boiola, igual maranhense, ha ha ha ha”. Ele estava passeando pelo Maranhão, por isso a referência.

Pronto! Uma bobagem destas, ainda que dita por um presidente da República – e não deixa de ser uma piada inocente, sem qualquer intenção homofóbica ou preconceituosa – logo ganhou as ‘homepages’ de todos os portais de notícia do País, e transformou-se em manchetes sensacionalistas, quase histéricas, tornando a brincadeira (de mau gosto, é verdade) em um quase crime de Estado. Na boa: Bolsonaro foi eleito, em grande medida, por causa dessa babaquice da imprensa nacional. Eu mesmo sempre me irritei profundamente com essa perseguição barata e desnecessária, afinal, motivos é que não faltam para “bater” neste senhor. Ele os fornece, com extrema fartura, todos os dias ao sair para trabalhar.

Eis aí, portanto, uma das razões que mantém o vendedor de cloroquina às emas do Alvorada com aprovação tão alta e imerecida. É praticamente impossível não se solidarizar – e abominar a conduta da imprensa – diante desse tipo de guerrinha infantil. Bolsonaro deve amar, soltar foguetes quando uma treta assim toma conta do noticiário. Em vez de ser cobrado pelo dólar a R$ 6, pelos 13 milhões de desempregados, por mais de 150 mil mortos por Covid, enfim, por ser um presidente tão medíocre quanto é, acaba sendo criticado por se comportar como um bobão, e acusado daquilo que claramente não fez.

Se, em 2022, a toada continuar sendo essa, ou seja, adversários e imprensa insistindo em questões “menores” como homofobia, preconceito, tortura, pena de morte, golpe militar etc, etc, etc, Bolsonaro nadará de braçada e será eleito com folga e sobras. Já passou da hora de o debate se dar no nível e na realidade que o Brasil merece. Do contrário, repito, não só teremos que continuar a ouvir piadinhas idiotas, como assistiremos, cada vez mais, a espetáculos grotescos de má gestão, proteção a filhos suspeitos, pregação autoritária, subordinação ao Centrão e outras coisas realmente muito mais sérias. Fica aqui o alerta.

Bom final de semana e bom feriado a todos.