A gente educa nossos filhos para quê? Para serem como nós, ou melhores que nós? A resposta é tão obvia que nem merece discussão. Não devem existir por aí muitos pais desejando uma vida menor para seus filhos. Mas então porque olhamos para a forma como eles pensam com tanta indiferença?

É verdade que ser pai nos dias de hoje é bem mais difícil que há umas décadas atrás, mas isso não desculpa a inércia com que os velhos de hoje tratam a geração seguinte.

Velhos como os gestores financeiros, para quem os pagamentos eletrônicos são só uma inovação tecnológica e não uma verdadeira revolução de mentalidades; velhos que não vêm que a tecnologia dos “meninos” não vai só fazer que o dinheiro se mova mais rápido, mas que ela vai moralizar todo o negócio financeiro, melhorando o financiamento dos partidos políticos, do ambiente de negócios e a transparência da sociedade.

Velhos como os políticos, que não estão nem aí para o facto de os filhos não quererem saber da política e escolham presidentes porque são estúpidos em vez de inteligentes. Velhos como os donos das empresas de mídia que ainda não entenderam porque é que os menores de 18 não querem saber do que eles escrevem diariamente e vão se informar em plataformas digitais sem jornalistas.

Muito velhos (e irresponsáveis) somos todos nós quando ignoramos completamente o que pensam os nossos filhos. É esse estado catatônico que vai arrebentar com todas previdências e aposentadorias.

Quando o antigo presidente Itamar Franco falava: “seja legal para os seus filhos, eles é que vão escolher seu asilo”, estava apenas nos avisando!

Se os velhos de hoje continuarmos assim vamos todos acabar (de novo) mortos de frio, enrolados numa manta, no cimo de uma montanha.

Quem não enxerga como seus filhos pensam, não enxerga o futuro.