No dia 19 de abril de 1991, há exatos 30 anos, tocava pela primeira vez nas rádios a música ‘É o Amor’, da dupla Zezé di Camargo e Luciano. Desde então, o clássico hit brasileiro foi regravado mais de 70 vezes em várias línguas. Em conversa com IstoÉ Gente, Zezé e Luciano falaram sobre a importância deste sucesso nacional.

“Foi a música que mudou nossa vida, a vida da nossa família. É o que nos traz até aqui, nesses 30 anos de sucesso e celebrar tantas conquistas ao longo desse tempo”, conta Zezé. “É uma canção atemporal. Que fala de amor, de saudade, da vontade de estar junto. Afinal, amar se conjuga, sim, em todos os tempos.”

A dupla tem a tradição de celebrar a data em cima dos palcos e junto dos fãs. Com a pandemia, os planos tiveram que ser adiados e os irmãos terão que celebrar o aniversário de carreira separados. Luciano contou que ele e a família estão em São Paulo, enquanto Zezé está no sítio com a mulher, Graciele Lacerda, e a mãe deles, dona Helena, em Goiás.

“A celebração vai existir apenas dentro dos nossos corações. Mas já temos dois projetos para os 30 anos: a web-série com participação do Thiaguinho, Marília Mendonça, Luan Santana, Alexandre Pires e Ivete Sangalo. Tem também um show no espaço das Américas, em São Paulo, programado para junho e um cruzeiro, em novembro”, revela Luciano.

“Sinto muito por não poder comemorar os 30 anos de carreira como sonhamos: com show, DVD, ao lado dos fãs. Mas sinto grato pelo tempo que estamos em família, com saúde”, continua Luciano, que foi apoiado pelo irmão.

“A pandemia foi muito importante, principalmente, para mim, que pude estar ao lado de meu pai e minha mãe nesse último um ano e nos últimos meses de vida de meu pai. Em que aproveitamos cada momento na fazenda onde estou morando desde o começo do isolamento social. Aqui, celebramos os últimos momentos da vida dele. Pescamos, cuidamos do mato, cantamos, estivemos juntos todos os dias”, diz Zezé.

Em novembro de 2020, os irmãos perderam o pai, Seu Francisco. Sem a presença de Luciano, que estava com Covid-19, Zezé cantou ‘É o Amor’ para homenagear o mentor da família, que foi uma figura marcante na carreira dos dois. Seu Francisco levou a fita K-7 com “É o Amor” para a rádio e levava fichas telefônicas à obra onde trabalhava, pedindo para os colegas ligassem para as emissoras pedindo a música.

“É o que meu pai mais gostava: música. Sua despedida não poderia ser de outro jeito, se não, ao som de uma boa moda. Foi o jeito que Deus me tocou para me despedir do meu velho Chico com a mesma forma que ele me recebeu no mundo, com música. Eu me emocionei muito… Ele contava e eu me lembro também que quando eu era pequeno ficávamos juntos ouvindo as modas de viola nas rádios em Sitio Novo, onde eu nasci”, relembra Zezé.

Em 30 anos de carreira, os irmãos acumulam boas lembranças e recordações. A dupla foi tema de livro, musical e filme que representou o País no Oscar. Além disso, inspiraram tema de Carnaval, com homenagem da escola de samba Imperatriz Leopoldina, de São Paulo. O enredo relembrava o refrão chiclete do clássico: “É o Amor que mexe com minha cabeça e me deixa assim”.

Luciano garante que a convivência entre os dois é tranquila e que eles sabem separar o profissional do pessoal. “Quando a gente não está viajando juntos ou em compromissos profissionais, eu fico mais com a minha família e o Zezé com a dele e, mesmo em momentos em família, sabemos separar o pessoal do profissional”, conta.

E os planos para os próximos trinta anos? Zezé resume: “Continuar cantando por este Brasil. Levando nossa música para todos os cantos.”