Grandes potências esportivas não surgem por acaso. Elas nascem a partir da combinação de diversos fatores, como patrocínios consistentes, investimentos em infraestrutura e oportunidades para jovens descobrirem suas vocações. No universo paralímpico, o Brasil está bem servido em todas essas frentes. Na semana passada, uma delas mostrou a sua força. Realizadas em São Paulo, as Paralimpíadas Escolares consolidaram-se como o maior evento escolar paralímpico do mundo. Em sua 11ª edição, 944 atletas de 12 a 17 anos disputaram dez modalidades (atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, futebol de 5, futebol de 7, goalball,judô, natação, tênis de mesa e tênis em cadeira de rodas).

Pela primeira vez, a competição contou com representantes de todos os Estados brasileiros, mais o Distrito Federal. “Ter a participação de todos os Estados era uma meta que queríamos atingir há muito tempo”, diz Ivaldo Brandão, vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).“Assim,asseguramos que o esporte paralímpico ofereça oportunidades em todo o processo educacional do Brasil.” Além da possibilidade de ingresso no esporte de alto rendimento, as Paralimpíadas Escolares asseguram aos três primeiros lugares de cada gênero e classe o direito de receber o Bolsa Atleta para jovens de nível escolar.Nos esportes coletivos,são escolhidos três atletas de cada gênero por meio de votação entre técnicos e árbitros da respectiva modalidade.

Os três primeiros colocados de cada prova passam a receber o bolsa atleta

Os Jogos Paralímpicos Escolares são pródigos na revelação de talentos. Alan Fonteles, campeão dos 200m na Paralimpíada
de Londres-2012, Petrúcio Ferreira,recordista mundial dos 100m,e Verônica Hipólito, prata nos 100m da Rio-2016, são alguns dos nomes que surgiram nessa competição.O Estado de São Paulo é o maior colecionador de títulos, com seis conquistas desde a primeira temporada, em 2006. Em seguida vem o Rio de Janeiro, com quatro troféus. “Os Jogos Escolares foram o ponto de partida para a minha trajetória no esporte”, diz Petrúcio. “Tenho certeza que grandes campeões vão surgir daí.”

São Paulo é hexa

Estado ganha Paralimpíadas Escolares pela sexta vez e se consagra como o maior campeão do evento

Pela terceira vez consecutiva,  o Estado de São Paulo foi o campeão geral das Paralimpíadas Escolares, encerradas há uma semana. É a primeira vez que uma região do país vence três edições seguidas da competição. Desde que o evento surgiu, em 2006, São Paulo amealhou seis títulos, à frente do Rio de Janeiro (com quatro conquistas) e Santa Catarina (uma). Os paulistas fecharam o ranking com 458 pontos, empurrados principalmente pelas performances das equipes de atletismo e natação. Realizado no Centro de Treinamento Paralímpico, na capital paulista, o torneio contou com a participação de mais de 900 atletas. “São Paulo faz um grande trabalho não só esportivamente, mas de uma forma geral com todas as pes soas com deficiência”, diz Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro. Confira a seguir os campeões de cada ano.

Campeões

2006 – São Paulo

2007 – Rio de Janeiro

2008 – Não houve

2009 – São Paulo

2010 – Rio de Janeiro

2011 – São Paulo

2012 – Rio de Janeiro

2013 – Rio de Janeiro

2014 – Santa Catarina

2015 – São Paulo

2016 – São Paulo

2017 – São Paulo