(ANSA) – BRASÍLIA, 15 OTT – A Pré-COP 30, realizada em Brasília, foi encerrada sem alcançar consensos importantes, após dois dias de discussões entre representantes de mais de 60 governos, organismos multilaterais e organizações da sociedade civil.
“É muito difícil estabelecer consensos entre 194 ou 196 países da ONU, e a implementação dos consensos é um tema difícil”, admitiu a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede), durante coletiva de imprensa.
Ela comandou, ao lado do embaixador André Corrêa do Lago, os trabalhos da reunião, que teve como foco preparar o terreno para a cúpula que será realizada em novembro, em Belém.
Segundo Corrêa do Lago, temas-chave como financiamento climático e redução das emissões só poderão ser resolvidos em Belém. “Só nos últimos dias você poderá saber se é possível obter consensos”, afirmou.
O embaixador ressaltou, contudo, que as conversas realizadas entre segunda e terça-feira foram um sinal da importância da diplomacia ambiental. “O multilateralismo é a maior arma que existe contra o unilateralismo. Estamos vivendo um momento em que as medidas unilaterais estão mais fortes do que há muito tempo”, disse, em uma indireta ao governo dos Estados Unidos, que não participou da Pré-COP e também não deve estar presente na cúpula de novembro.
Durante a coletiva, Marina fez críticas ao que classificou como a falta de uma estratégia única para combater a crise climática, que, segundo ela, se aproxima de um ponto de não retorno.
“Houve progresso em compromissos e planejamento, mas a implementação segue fragmentada e insuficiente. Faltam meios para transformar planos de adaptação em resultados concretos para as pessoas, regiões e territórios”, apontou. (ANSA).