ROMA, 7 MAI (ANSA) – A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, disse nesta quarta-feira (7), durante sabatina no Senado, que é preciso “fazer tudo” para “evitar uma guerra comercial” com os Estados Unidos e afirmou que seu país atingirá meta de 2% de gastos com defesa.
“Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para evitar uma guerra comercial entre as economias da Itália e dos Estados Unidos”, afirmou ela, em referência ao chamado “tarifaço” anunciado pelo presidente Donald Trump.
Segundo a premiê italiana, obter gás natural liquefeito (GNL) dos Estados Unidos “não é um favor a Trump”, uma vez que seu governo já estava recebendo o produto durante o mandato do democrata Joe Biden.
Meloni destacou ainda que a administração italiana estabeleceu “novas bases” nas relações com a China e que em breve viajará para a região do Indo-Pacífico.
Além disso, confirmou que cortará os custos de energia para as empresas e enfatizou que a Itália e a União Europeia (UE) precisavam aumentar os gastos com Defesa.
Afirmando que Roma aumentará os gastos com Defesa para 2% do PIB este ano, em linha com as exigências da Organização do tratado do Atlântico Norte (Otan), ela explicou que a aliança militar deveria olhar mais para o seu flanco sul.
Meloni destacou que a Itália agora tem uma política externa clara e que os pessimistas que previram que ela ficaria isolada sob um governo de centro-direita estavam errados.
Além disso, enfatizou a importância de manter a UE e os EUA unidos e disse estar pronta para informar o Parlamento sobre as tensões entre a Índia e o Paquistão.
Sobre a Ucrânia, a líder do partido Irmãos da Itália (FdI) reiterou que Roma sempre esteve ao lado de Kiev e que Moscou deveria mostrar que quer a paz. Para ela, garantir a segurança não é um favor aos EUA, mas “um favor para nós”.
Por fim, Meloni garantiu que a Itália apoia o plano dos países árabes para a paz no Oriente Médio e a reconstrução da Faixa de Gaza, levando a uma solução de “dois Estados”, em meio aos planos israelenses de ocupar o enclave e deslocar seus palestinos.
“No Oriente Médio, continuamos trabalhando pelo fim permanente das hostilidades e estamos atentos e apoiamos o trabalho que os países árabes estão realizando”, disse.
De acordo com a italiana, “os países árabes são a pedra angular na solução permanente do conflito”. “Há um plano de reconstrução confiável em Gaza que eles apresentaram, e também para delinear uma estrutura geral de paz e segurança, uma estrutura que, em nossa opinião, também deve incluir a perspectiva de dois Estados”. (ANSA).