Quem me acompanha há mais tempo, desde 2016, quando comecei a escrever para o jornal Estado de Minas (atualmente uma coluna) Opinião Sem Medo, e hoje também para esta revista, IstoÉ, sabe o quanto não apenas discordo, mas o quanto desgosto – para não dizer odeio -, de Lula e do PT.

A lista de motivos vai de A a Z, passando por autoritarismo, corrupção, ideologia, mentira, populismo, sem vergonhice, zabaneirice. Com o passar dos anos, após mensalão, petrolão e tudo mais, a ojeriza só aumentou. Atualmente, ao ouvir as barbaridades ditas pelo meliante de São Bernardo, eu chego a formigar o rosto, tamanha indignação.

Para não deixar passar em branco, tudo o que disse acima, em grande parte, vale também para Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, em quem desgraçadamente votei, acreditando que, de fato, combateria o lulopetismo, e não o contrário, apenas se apropriaria das práticas (populistas e eleitoreiras) e dos sócios corruptos e corporativistas (centrão).

O devoto da cloroquina, aliás, possui severos agravantes, notadamente a índole golpista; o preconceito contra mulheres, homosexuais e negros e o desprezo pela dor e sofrimento da população (durante e depois do ápice da pandemia). O resto (populismo, fisiologismo, ligação com o crime organizado, etc.) é exatamente igual à seita lulopetista.

POBRES

Voltando ao chefão do PT, tema desta coluna, há algumas palavras e bordões que não saem da boca do ‘barba’. A defesa – ou melhor, o uso indevido – dos pobres é um exemplo. Porém, como todos sabem, Lula não apenas está a milhares de anos-luz da pobreza como dela serve-se ao fastio – não raro de forma criminosa como desnudou a Lava Jato.

O pai do Ronaldinho dos Negócios jura amor e devoção aos pobres, como qualquer populista cretino na face da Terra, quando absolutamente nada de prático faz por eles. Ao contrário! Ou os utiliza como manada eleitoral ou os mantêm eternamente pobres, de modo a escravizá-los, via políticas assistencialistas e chantagistas de cunho eleitoreiro.

Em seu favor, reconheça-se, mas com muitas ressalvas e senões, os indicadores sociais de seu primeiro mandato, todos devidamente retirados no segundo, e pior!, devolvidos com juros e correção monetária após a hecatombe sócio-econômica promovida por Dilma Rousseff, nossa eterna estoquista de vento e saudadora de mandioca.

Lula, como já escrevi antes, arrebentou com os pobres, pois fez com que gastassem, ou melhor, se endividassem – via crédito farto e barato -, comprando bens duráveis, que depreciam ou são devolvidos por falta de pagamento (ao invés de incentivar a poupança ou o gasto com educação), e hoje, dezenas de milhões se encontram inadimplentes.

TRABALHADORES

Outra grande falácia lulopetista, repetida à exaustão pelo ex-tudo (ex-presidente, ex-condenado, ex-presidiário, ex-corrupto, ex-lavador de dinheiro), é seu apego pela classe trabalhadora. Aliás, o Partido dos Trabalhadores, pasmem!, consegue também ser réu em ações na Justiça do Trabalho por falta de pagamento de direitos trabalhistas.

Lula, se de fato se preocupasse e estivesse do lado dos trabalhadores, jamais se permitiria coligar a partidos que, historicamente, lesam a classe. E jamais se associaria, como fez com Odebrecht e OAS, à corporações corruptas. Ou ainda, em tempo algum, por exemplo, apoiaria a candidatura de alguém como Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte.

Por quê? Bem, a lista também é enorme, mas passa, dentro do assunto, pelo fato de o candidato lulista ao governo mineiro, pelo PSD, ser um contumaz devedor de seus ex-funcionários, deixando de pagar salários, férias, FGTS e outros direitos trabalhistas, e hoje dever – e não pagar! – cerca de 12 milhões de reais aos trabalhadores.

Kalil não pode alegar em sua defesa que não tem dinheiro, pois declaradamente informou ser possuidor de 10 milhões de reais. Além disso, mora em um suntuoso apartamento (em um dos bairros mais nobres da capital), e circula pela cidade em motos e carrões importados – enquanto seus ex-funcionários lesados ficam a ver navios.

FINALIZO

Eu sei que praticamente todas as empresas e empresários têm contra si ações trabalhistas, até aí, tudo dentro da normalidade. O que não é normal é alguém assim poder ser chefe do Executivo de uma cidade, estado ou País. Kalil, por exemplo, ao mesmo tempo em que era prefeito de BH, devia IPTU para a cidade. Percebem a incompatibilidade e a imoralidade?

Neste mesmo sentido (incompatibilidade e imoralidade) segue Lula da Silva, quando, de forma cínica e mentirosa, se arvora em defensor dos trabalhadores e ataca empresários, milionários, elite, etc., exatamente como faz seu novo parceiro político. Aliás, Kalil disse que ‘minha vida é ajudar os pobres’. Se é isso mesmo, eu digo: Pobre dos pobres!