É coisa de país atrasado exibir animais ferozes (que na maioria das vezes apenas se supõe bem adestrados) em eventos públicos. O Brasil insiste nisso. O mais recente episódio deplorável ocorreu na segunda-feia 20 durante a passagem da tocha olímpica em Manaus. Na comemoração da tocha, o Batalhão de Infantaria de Selva expôs a onça Juma, que, segundo o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas, não recebera aval para estar nos festejos. Acorrentada ao lado da tocha, em meio ao barulho, luzes e fotos, Juma se estressou e tentou fugir. Foi contida pelos tratadores. Tentou novamente, recebeu tiros com cápsulas de tranquilizantes. Não dormiu e ameaçou atacar um militar. Foi morta a tiros. Sem a menor dúvida, Juma poderia muito bem estar viva em seu cativeiro e o Brasil poderia não ter frequentado a mídia de diversos países em mais uma notícia de selvageria. A culpa não é das Olimpíadas. Nem do animal.