Como antevi neste espaço, imediatamente após a prisão do energúmeno bolsoloide, quando a maioria ainda dava como quase certo o relaxamento da tranca do meliante pelo Congresso, os nobres deputados e deputadas, por maioria absoluta (360 x 134), mantiveram a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e largaram a besta-fera bolsonarista enclausurada.

Meu cálculo se baseou na mais pura lógica elementar: com ⅔ da Casa parlamentar enrolada em processos judiciais, muitos deles em trâmite no próprio Supremo, inclusive do presidente Arthur Lira, por que diabos os valentes congressistas iriam arriscar as próprias buzanfas pelo aloprado deputado do PSL? Corporativismo é uma coisa; suicídio, outra bem diferente.

Também pesei o fato de o devoto da cloroquina estar pendurado nos ombros de alguns novos amigos togados, como Dias Toffoli, com quem trocou abraços e beijos, e o indefectível Gilmar Mendes, com quem dividiu pedaços de pizza. Sem falar, é claro, no bolsokid das rachadinhas, Flávio Bolsonaro. Afinal, quem tem Queiroz tem medo. Com ou sem leite condensado.

A ira da turba bolsonática estava centrada na Suprema Corte e nos 11 “ministros arbitrários”, que “ilegalmente” prenderam e confirmaram, por unanimidade, a permanência do brutamonte no xilindró. Porém, a partir de agora, terão que mirar o ódio fascista também nos deputados e deputadas que mantiveram a prisão do rapaz. Contudo, terão de pedir autorização ao mito.

Dos 360 votos favoráveis à manutenção da tranca, mais da metade veio dos amigos de fé, irmãos camaradas, os novos parceiros do Centrão. Agora, o marido da receptora de cheques de milicianos terá de decidir se termina o namoro ou se casa de vez com a tigrada. Mais que isso, terá de controlar a fúria da turba, ou fingir que não tem nada com isso, como geralmente faz.