04/11/2022 - 9:30
A vitória não foi de um nome.
Foi a vitória, apertada, de muitos.
A vitória não foi de um grupo.
Foi a vitória, apertada, de uma ideia.
A vitória não foi de um partido.
Foi a vitória, apertada, da paz.
A vitória não foi de um pacificador.
Foi a derrota, apertada, do confronto.
A vitória não foi do roubo.
Foi a derrota, apertada, da guerra.
A vitória não foi da corrupção.
Foi a derrota, apertada, do autoritarismo.
A vitória, apertada, não foi de Lula.
Foi da democracia.
Lula é o único presidente de nossa história a ter três mandatos.
Bolsonaro é o único presidente de nossa história a não se reeleger.
O governo Bolsonaro acabou.
O ideario de Bolsonaro perdeu.
Mas o Brasil que nasceu no último domingo não foi graças a uma vitória devastadora.
Longe disso.
Foi a vitória mais apertada da História.
Uma vitória onde o candidato eleito teve o maior número de votos da História.
Uma vitória na qual o candidato derrotado teve o segundo maior número de votos da História.
E com tanta História, foi uma vitória histórica.
Não foi uma eleição de números, foi uma conquista, apertada, de humanos.
E esse resultado é um alerta para a divisão que teremos que conviver pelos próximos anos.
Exatamente porque foi uma vitória muito, mas muito apertada, a responsabilidade pelo sucesso do próximo governo, não é de Lula.
É nossa.
Não apenas daqueles que votaram no candidato eleito.
Mas de todos nós.
Chegou a hora de compreendermos que somente a união mudará esse País.
Chegou a hora de acabar de vez com a polarização.
Uma eleição assim, com uma diferença tão pequena de votos, transfere para nós, os eleitores, a obrigação de costurar
o tecido esgarçado da nossa democracia.
Não cabe mais, por nosso futuro, insistir na separação.
Insistir no ódio.
Insistir na divisão.
Insistir em ampliar o abismo que nos divide é o oposto do sucesso que esperamos.
É atirar no próprio pé.
É a hora de esquecer o “eu te disse” ou o “eu te avisei”.
A eleição de Lula, mais do que trazer de volta o risco de um novo Mensalão ou Petrolão, traz uma enorme oportunidade para cada brasileiro.
A chance de unir novamente as famílias e os amigos, não para aceitar, mas para policiar, juntos, o que fará o novo governo.
Nossa sorte não está em quem foi eleito, mas, sim, no fato de ter sido uma vitória apertada
Cobrar a transparência.
Cobrar a honestidade.
Cobrar a paz.
Juntos.
É a hora não de assistir, mas de participar, criticando, apoiando, alertando, juntos, cada ato do próximo governo.
É a hora de nos informarmos por fontes confiáveis.
É a hora de enterrar, de uma vez, a difusão de mentiras e cobrar cada ação do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, com consciência e maturidade.
Não é mais hora de brasileiro confrontar brasileiro.
A eleição de Lula, propõe a chance de crescermos como cidadãos.
Não porque Lula venceu.
Mas porque uma vitória apertada nos dá a chance de não estarmos todos cheios de razão e arrogância.
De não nos portarmos, politicamente, como crianças mimadas.
Quatro anos é muito tempo.
E cabe a cada um de nós gastar esse tempo para transformar o Brasil em um País melhor, mais justo, mais sério, mais respeitado por outras nações.
Exatamente porque a vitória foi tão apertada, cabe a nós e não aos políticos, mudar a história de nosso País.