Em 1993, quando George Bush era o presidente dos Estados Unidos, o país enfrentava uma recessão econômica e os americanos entraram de cabeça na Guerra do Golfo. Então, surgiu o pouco conhecido governador do Arkansas, Bill Clinton, que o desafiou na disputa pela presidência. Erroneamente, Clinton atacava Bush por ter metido os EUA na guerra, pensando em ganhar votos com isso, mas os “gringos” sempre gostaram de guerras e o democrata batia na tecla errada.

Até que surgiu o publicitário James Carville que o orientou a tomar o caminho certo. O que estava deixando os americanos insatisfeitos era o desastre na economia. Ele disse a célebre frase a Clinton: “É a economia, estúpido”. E Clinton derrotou o podo poderoso Bush pai. Foi um fenômeno eleitoral.

De lá para cá, muitos estrategistas políticos se basearam em Carville para vencer eleições. Quando a economia vai mal, não tem o que fazer para reeleger um presidente. O baixo desempenho da economia sempre será responsável pela queda de um governo.

Foi assim com Collor de Mello. O fracasso econômico de seu governo o levou ao impeachment. Foi assim com Dilma. As pedaladas a derrubaram do cargo. E foi assim com Lula. Seu governo ia tão bem com Henrique Meirelles no Banco Central que o petista se reelegeu mesmo com a corrupção do mensalão.

E vai ser assim com Bolsonaro. A economia entrou em franco processo de decadência. No primeiro ano de governo, o PIB cresceu 1%. Já no segundo ano, em razão da pandemia e da sua péssima gestão para estancar a doença, o tombo no PIB foi superior a 4%. Um dos mais altos do mundo. Uma tragédia na economia, com mais de 15 milhões de desempregados

Mas, veio 2021 e todo mundo esperava uma recuperação espetacular. Se falava em um crescimento de 5,50%, mas tantas Paulo Guedes fez que é possível que não chegaremos nem a 5%. Descontando os 4% da queda de 2020, o crescimento dos últimos dois anos será de no máximo 1%. Péssimo indicador.

Bem, mas aí todo mundo esperava que as coisas iriam melhorar em 2022. Falava-se num crescimento do PIB de 2,5%. Ora, Paulo Guedes meteu os pés pelas mãos, não controlou o déficit público, deixou a inflação voltar com força, provocou aumento na taxa de juros, estimulou o desemprego e a falência das empresas. Moral da história. Vamos ter um baque na economia no ano que vem. Os economistas já falam que nosso crescimento poderá ficar na casa de 1%.

Portanto, ameaça à reeleição de Bolsonaro não está nos seus ataques antidemocráticos e nas suas intenções declaradas de dar um golpe institucional. Sua derrocada se dará pela economia. Assim, os candidatos à Presidência que pretendem destronar Bolsonaro devem deixar o mandatário e seu arrogante ministro da Economia continuarem executando a política econômica exatamente como fazem.

A queda virá do desastre econômico. A avenida Faria Lima já percebeu isso e retirou o apoio a Guedes. Agora, será a vez dos descamisados, que ficarão furiosos quando souberem que não contarão mais com o auxílio emergencial e nem com o bolsa família. Como diria Carville: “É a economia, estúpido.”