O ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda não desistiu de incluir a capitalização na Reforma da Previdência. No projeto original que mandou para a Câmara, em fevereiro, a equipe econômica apresentou a iniciativa, explicando que o modelo permitirá complementar a aposentadoria dos brasileiros e também contribuir para o grupo que receberá um salário mínimo, pois a capitalização aumentaria essa renda de forma solidária. Pois bem, essa medida dava um refresco nas contas da Previdência e com ela o governo economizaria R$ 400 bilhões em 10 anos. Dessa forma, do total de R$ 1,2 trilhão que Guedes desejava obter com a reforma, uma grande parte viria da capitalização. Projeto similar foi adotado no Chile e, segundo o ministro, poderia dar certo aqui também.

Deu errado

Os deputados não gostaram da ideia. Como a Reforma da Previdência foi tocada sob a liderança de Rodrigo Maia, à revelia do governo Bolsonaro, os parlamentares não incluíram a capitalização na reforma. Maia, por exemplo, que nasceu no Chile, obteve dados que detonaram a capitalização das aposentadorias chilenas.

Insistência

Apesar de ter sido rejeitado na Câmara, Guedes defendeu na sexta-feira 26, na Associação Comercial do Rio, que o modelo volte a ser discutido no Senado, para onde a reforma irá depois do dia 6 de agosto, quando as mudanças na Previdência devem ser aprovadas em segundo turno. “Com a capitalização, ninguém será deixado para trás”, disse o ministro.

“Alô, é o hacker?”

Divulgação

A deputada Joice Hasselmann teve seu celular invadido pelos hackeres no domingo 21. O jornalista desta coluna lhe enviou um Whatsapp instantes depois, quando ela se preparava para embarcar para os EUA. “Como vou saber que é você mesmo ou se estou falando com o hacker?” O jornalista precisou detalhar um evento em que ambos foram protagonistas. Foi aí que ela começou a falar sobre o crime da qual foi vítima.

Rápidas

* Depois de ter sido laranja do PT na disputa pela presidência da República na eleição de 2018, Fernando Haddad vai ganhar um prêmio de consolação: Lula o está indicando para ser o novo presidente nacional do PT, no lugar da deputada Gleisi Hoffmann.

* O deputado coronel Tadeu (PSL-SP) ingressou com projeto de lei para regulamentar a profissão de Coach – profissionais especialistas em treinar pessoas por um desempenho melhor em determinadas áreas.

* Em sete meses do governo Bolsonaro, foram liberados apenas 1.200 projetos culturais financiados pela Lei de Incentivo à Cultura. É o menor número em 10 anos. A queda foi de 50%. Em 2016, foram aprovados 2.300 projetos.

* Na verdade, o presidente Bolsonaro tem outros conceitos em matéria de cultura. Na sexta-feira 26, em Goiânia, foi à casa do sítio de Amado Batista, e participou de altas cantorias com o músico de canções bregas.

Retrato falado

“Repassei ao invasor do meu celular o contato do renomado jornalista investigativo Glenn Greenwald” (Crédito:GABRIEL REIS)

Manuela D’Ávila (PCdoB), que foi candidata a vice-presidente na chapa do PT em 2018, praticamente confessou participação no crime cometido pelos hackers na invasão dos celulares do ministro Sergio Moro. Ela confirmou que Walter Delgatti lhe telefonou afirmando ser hacker e que desejava o contato de Greenwald. Enviou-lhe trechos de conversas dos procuradores de Curitiba interceptadas ilegalmente. Manuela, então, ligou para Greenwald que, 10 minutos depois, ligou para o hacker.

Ameaças de morte

Em política, toda ação gera uma reação. Passados seis meses do novo Congresso, os parlamentares eleitos por influência das redes socais – e foram centenas deles – começam também a ser vítimas dessa grande exposição na nova mídia. Como eles têm contato direto com os eleitores pelo Twitter, Facebook e Instagram, entre outros, falam o que querem para milhões de pessoas, mas também ouvem o que não querem. Alguns deles estão sendo vítimas, inclusive, de ameaças de todo o tipo. Até de morte, como foi o caso do deputado Luis Miranda (DEM-DF), que se indispôs com eleitores ao defender os servidores públicos na Reforma da Previdência. Não foi o único.

Linchamento virtual

A deputada Tábata Amaral (PDT-SP) vive um processo de linchamento virtual ao ter votado a favor da Reforma da Previdência. E o senador Major Olimpio (PSL-SP) tem sido vítima de “fake news” por parte de adversários, que tentam aliá-lo ao PCC, quando ele eu deu a vida à PM no combate a esses criminosos.

Dilma na Rússia

MAURO PIMENTEL

A PF trabalha em várias linhas de investigação no caso dos hackers. Uma delas é saber se receberam ajuda do exterior. Agentes não acham “mera coincidência” que a ex-presidente Dilma e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, tenham ido à Rússia no dia 4 de junho, 5 dias antes do Intercept começar a divulgar as conversas roubadas do celular de Moro.

Telegram em Moscou

Afinal, os servidores do Telegram – onde o ex-juiz e os procuradores de Curitiba tinham as contas hackeadas – ficam na Rússia. É lá que mora Edward Snowden, o hacker parceiro de Glenn Greenwald no caso dos vazamentos de documentos secretos americanos. Snowden está asilado há 6 anos na Rússia e Glenn mora no Rio, onde produz o Intercept.

O encontro de Greenwald com Lula na cadeia

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Greenwald deixou rastros no caminho que o liga aos hackers. No dia 21 de maio, 29 dias antes de vazar os dados no Intercept, ele esteve com Lula na cadeia em Curitiba. Já tinha os diálogos roubados. Lula perguntou por que nada fazia contra Moro. “Pode deixar presidente, já estamos cuidando disso”, respondeu.

Toma lá dá cá

Marco Vinholi, presidente do PSDB-SP

O que o senhor acha do PSDB afastar filiados envolvidos em corrupção?
O PSDB está se renovando. É um partido que respeita seu passado, mas está com os olhos voltados para o futuro e tem se preocupado com a questão da corrupção.

O PSDB de São Bernardo pediu a expulsão do deputado Aécio Neves?
Diversos diretórios municipais de São Paulo têm se manifestado sobre as questões éticas. O Diretório Estadual vem preparando uma deliberação sobre isso.

É o que os eleitores desejam?
O PSDB passa por um momento fundamental de sua história. Cresce a participação de jovens e mulheres para a construção de um novo Brasil, passando pela questão ética e também por uma boa gestão em São Paulo, sob a liderança de João Doria.